O governo britânico deu nesta 3ª feira (4/2) o pontapé inicial na organização da Conferência do Clima de Glasgow, a COP26. Em evento no Museu de Ciência de Londres, o primeiro-ministro Boris Johnson apresentou as linhas gerais do planejamento para o encontro e defendeu que todos os países definam ainda neste ano metas de longo prazo para descarbonização de suas economias.
“Precisamos reduzir as emissões de carbono, e é por isso que o Reino Unido pede a todos que cheguem [às emissões] líquidas zero o mais rápido possível. É isso que queremos em Glasgow”, disse Johnson, que estava acompanhado pelo primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte e do naturalista britânico David Attenborough.
Reino Unido e Itália se uniram para liderar as conversas diplomáticas sobre clima em 2020. Enquanto os britânicos organizarão a COP26 em Glasgow, os italianos promoverão uma pré-COP e um evento para juventude na cidade de Milão.
Boris Johnson também confirmou que o governo discute antecipar a proibição da venda de novos veículos a gasolina, diesel ou híbridos, de 2040 para 2035. Especialistas alertam que uma proibição mais tardia deixaria carros convencionais antigos circulando nas estradas britânicas após 2050, quando o Reino Unido deverá ter emissões líquidas neutralizadas.
No entanto, os anúncios foram ofuscados por uma crise política no comando da própria Conferência de Glasgow. Na semana passada, o governo britânico demitiu a então presidente indicada da COP26, a ex-ministra Claire O’Neill, sob o argumento de que a organização do encontro precisava ser encabeçada por um nome de nível ministerial. O’Neill respondeu apontando que Boris Johnson “não entende de verdade” a questão climática e que existe uma “grande falta de liderança e engajamento” por parte do governo britânico com relação à COP26. Para ela, que foi ministra de energia e crescimento limpo do governo de Theresa May, os britânicos devem ter cautela com as promessas do primeiro-ministro.
ClimaInfo, 05 de fevereiro de 2020.
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