Lidando com as mudanças climáticas em um mundo pós-pandemia

pós-pandemia

Dois especialistas da consultoria McKinsey se debruçaram sobre a pandemia para entender suas semelhanças e diferenças em relação à crise climática e as lições que podemos tirar de uma para o enfrentamento da outra.

Depois de uma análise que faz jus à reputação da empresa, os autores fazem recomendações para empresas e governos.

Para os governos, eles recomendam quatro conjuntos de ações. Primeiro, desenvolver a capacidade de modelar o risco climático e avaliar a economia das mudanças climáticas. Segundo, dedicar uma parte dos vastos recursos utilizados para a recuperação econômica às resiliência e mitigação das mudanças climáticas, incluindo a construção de infraestrutura de energia renovável, a expansão da capacidade da rede elétrica e o aumento da resiliência para apoiar o aumento da eletrificação, a modernização de edifícios e o desenvolvimento e a implantação de tecnologias para descarbonizar indústrias pesadas. Terceiro, aproveitar a oportunidade para reconsiderar os regimes de subsídios existentes que aceleram as mudanças climáticas. Quarto, reforçar o alinhamento nacional e internacional e a colaboração em sustentabilidade, pois respostas fragmentadas e voltadas para dentro do próprio país são por natureza incapazes de resolver problemas sistêmicos e globais.

Para as empresas, os autores vêem duas prioridades. Primeiro, aproveitar o momento para descarbonizar, em particular priorizando a aposentadoria de ativos economicamente marginais e intensivos em carbono. Segundo, adotar uma abordagem sistêmica e ao longo de todo do ciclo de vidas dos produtos e serviços para criar resiliência – por exemplo, com cadeias de suprimentos mais curtas, fabricação e processamento com maior eficiência energética, videoconferência ao invés de viagens de negócios e maior digitalização de vendas e marketing.

Para todos – indivíduos, empresas, governos e sociedade civil –  eles apostam em duas outras prioridades. Primeiro, usar este momento para aumentar a conscientização sobre o impacto de uma crise climática, que pode criar interrupções de grande magnitude e duração. Segundo, desenvolver mentalidade e mudanças comportamentais para reduzir as demandas que colocamos sobre nosso ambiente – ou, mais precisamente, para mudá-las para fontes mais sustentáveis.

Como os autores lembram na conclusão, os passos que tomarmos na próxima década serão cruciais para determinar se evitaremos ou não mudanças climáticas descontroladas.

 

ClimaInfo, 9 de abril de 2020.

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