O vice-presidente, general Mourão, lamentou em um artigo publicado no Estadão a bagunça no país e cravou: “Aqui, no Brasil, continuamos entregues a estatísticas seletivas, discórdia, corrupção e oportunismo”.
Algumas linhas antes, Mourão se queixa da imagem negativa do país no exterior sem se dar conta que esta vem exatamente da “discórdia, corrupção e oportunismo”, talvez com uma pitada de descaso para com o meio ambiente e um apetite voraz para aumentar a desigualdade social. No entanto ele atribui a imagem ruim a personalidades frustradas que só pensam em fazer mal ao país.
Ao final do artigo, o vice tira o terno volta a vestir suas dragonas, ao dizer que o remédio para esta situação é simples: “Basta que se respeitem os limites e as responsabilidades das autoridades legalmente constituídas.” Basta que as tais autoridades respeitem os limites e cumpram para com as responsabilidades constitucionais.
Em tempo: A rede americana NBC mostrou fotos de satélite de janeiro e de abril onde fica evidente o desmate ocorrido neste começo de ano. A matéria diz que a pandemia está servindo de cortina de fumaça para a devastação produzida por madeireiros e garimpeiros ilegais. A devastação inclui a floresta e a imagem do país no exterior. Justine Coleman, no The Hill, comentou a matéria, acrescentando que se espera que a temporada de queimadas seja ainda mais intensa do que a do ano passado.
ClimaInfo, 15 de maio de 2020.
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