Uma investigação do instituto norte-americano Public Accountability Initiative revelou um lado pouco conhecido das conexões da indústria dos combustíveis fósseis com o poder público – o apoio dado por empresas e entidades representativas desse setor a fundações policiais que prestam treinamento e adquirem equipamentos militares para forças policiais nos Estados Unidos. Em cidades como Seattle, Chicago, Nova Orleans e Salt Lake City, essas organizações receberam apoio financeiro de grandes companhias petrolíferas, como Chevron e Shell, além do banco Wells Fargo.
Como explicou Nina Lakhani no The Guardian, as fundações policiais são grupos setoriais que fornecem recursos substanciais aos departamentos de polícia, financiando a compra de armas, o treinamento de oficiais e mesmo eventos e viagens. “Essa relação simbiótica entre a indústria fóssil e a polícia geralmente significa que as empresas que estão poluindo comunidades pobres, majoritariamente habitadas por minorias, são as mesmas que estão alinhadas e que sustentam as forças policiais dessas mesmas cidades”, aponta o relatório. “É por isso que o desinvestimento dos combustíveis fósseis e a luta contra o racismo e pela justiça racial e climática caminham lado a lado”.
The Hill e HuffPost também destacaram as descobertas do levantamento.
Em tempo: O escritório de vigilância interna da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA informou na 2ª feira (27/7) que abriu um inquérito sobre a decisão do presidente Donald Trump de derrubar as restrições impostas pela gestão de Barack Obama às emissões de veículos automotores à combustão. Os auditores da EPA pretendem investigar se o governo Trump agiu “de acordo com os requisitos, incluindo se os relativos a transparência e manutenção de registros seguiram o processo oficial da EPA para ações regulatórias finais”.
ClimaInfo, 29 de julho de 2020.
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