Na 6ª feira (18/9), Bolsonaro visitou a região de Sinop (MT) e passou por um susto: a aeronave presidencial teve que arremeter por conta de problemas de visibilidade causadas pela fumaça das queimadas que afetam a região. Entretanto, nem isso foi capaz de despertar Bolsonaro sobre a situação das queimadas: em discurso feito para uma plateia de agricultores, ele disse que o Brasil é um “exemplo para o mundo” em matéria de preservação ambiental e refutou críticas de “nossos concorrentes” que estariam tentando atacar o agronegócio brasileiro.
“Bolsonaro sonha com campos de soja, muito gado, o que na cabeça dele significa aumento da produção”, escreveu Fernando Gabeira no Estadão. “Ele caminha decisivamente na contramão das tendências climáticas. Acha que seu voluntarismo pode afrontá-las com a mesma naturalidade que muda as regras de trânsito. Em ambos os casos colheremos mortes e destruição”.
Em editorial, a Folha bateu na mesma tecla, apontando o dedo para Bolsonaro, Mourão e Salles. “O triunvirato da devastação é reincidente nas falsidades. Ora sugere que não há nada de incomum acontecendo, para depois dizer que o problema é a falta de bois para comer o capim antes que resseque e queime”.
Correio Braziliense, Folha, O Globo, Estadão e Reuters, entre outros, repercutiram o apuro presidencial nos céus enfumaçados de Sinop.
ClimaInfo, 21 de setembro 2020.
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