A ClientEarth, grupo de advogados ambientais, está pleiteando que anúncios de combustíveis fósseis sejam proibidos, a menos que venham com advertências do tipo das encontradas em maços de cigarro apontando para os riscos do aquecimento global para a saúde das pessoas e do planeta. O grupo montou um dossiê das campanhas das grandes petroleiras tentando mostrar seu lado verde. O resultado está no Greenwashing Files. “As campanhas de marketing podem enganar o público quanto ao verdadeiro custo ambiental de se continuar bombeando e usando combustíveis fósseis na atual emergência climática.” Vale ver as matérias que o The Guardian e a Forbes fizeram a respeito.
Outra mensagem enganosa é proferida por acionistas dessas petroleiras para justificar seus investimentos. Dizem que participam de assembleias e ajudam a empurrar a empresa na direção da sustentabilidade. Aliás, é o mesmo argumento que as próprias petroleiras usam para justificar sua participação em associações com um pesado histórico anticlima, como a API (Instituto Americano do Petróleo). Anjli Raval, no Financial Times, conta que a Shell também diz que está trabalhando por dentro para levar a API a futuros mais verdes. “A transição energética é um fenômeno de várias décadas […] e o discurso político e do investidor precisa mudar para refletir isso.
Na semana passada, saiu uma pesquisa sobre os CEOs das petroleiras no Energy Research & Social Science, mostrando todo o esquema de bonificações que premiam resultados no curtíssimo prazo, como novas descobertas de poços. Também são recompensados pelo trabalho de marketing e o lobby junto a governos e autoridades. Em suma, tudo que aumenta o aquecimento global. A diversificação de fontes e a transição para renováveis pagam menos. Jonathan Watts, no The Guardian, comentou o trabalho.
ClimaInfo, 20 de abril de 2021.
Se você gostou dessa nota, clique aqui para receber em seu e-mail o boletim diário completo do ClimaInfo.
