O afastamento de Eduardo Bim e de outros sete servidores da direção do IBAMA trouxe uma sensação de alívio para muitos funcionários do instituto. Ontem (20/5), alguns deles se manifestaram em frente à sede do IBAMA em apoio à Operação Akuanduba, que desbaratou um esquema de corrupção que facilitava a exportação de madeira de origem suspeita. Para os funcionários, o momento é de “limpeza”, que inaugure um processo de resgate do trabalho do Instituto e da agenda ambiental no Brasil. O G1 destacou a manifestação dos servidores.
Por outro lado, a situação do IBAMA segue preocupante. Como Lucas Marchesini destacou no Metrópoles, o órgão perdeu mais de 58% de seu quadro funcional nos últimos 20 anos, e possui hoje o menor número de servidores desde 2001. Desde que a dupla Bolsonaro-Salles assumiu o governo em janeiro de 2019, o IBAMA perdeu 17,7% de seu quadro. Junto com o estrangulamento orçamentário imposto pelo Planalto e as perseguições políticas promovidas pelo MMA contra os servidores, o Instituto nunca atravessou um cenário tão adverso.
Enquanto isso, o mesmo IBAMA confirmou que sua presidência será ocupada interinamente por (surpresa!) um tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo, Luis Carlos Hiromi Nagao, que ocupava desde agosto de 2019 a direção de planejamento, administração e logística do órgão.
Em tempo: O Ministério Público Federal (MPF) abriu uma investigação sobre o cancelamento de uma operação pelo ICMBio contra a criação ilegal de gado na Reserva Biológica Nascentes da Serra do Cachimbo, no Pará. A ação foi suspensa em cima da hora na semana passada pela direção do órgão, sendo convertida depois em um simples levantamento de alertas de desmatamento na região. O MPF pediu ao ICMBio os documentos relacionados à operação e justificativas técnicas sobre a mudança no enfoque dos trabalhos.
ClimaInfo, 21 de maio de 2021.
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