As duas maiores metrópoles do Brasil aproveitaram o Dia Internacional do Meio Ambiente, celebrado no último sábado (5/6), para lançar novos planos municipais de combate à mudança do clima e de adaptação urbana a eventos climáticos extremos.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes anunciou o Plano de Desenvolvimento Sustentável do RJ, com metas ambientais e climáticas de médio e longo prazos. Um dos principais objetivos é reduzir em 20% as emissões de gases de efeito estufa no município até 2030, com vistas a atingir a neutralidade delas até 2050. O plano também prevê uma revisão do planejamento urbano carioca, para preparar a cidade e criar resiliência a eventos extremos, em particular tempestades mais fortes. Entre as demais metas do plano, estão alcançar 40% de empregos verdes formais na cidade, atender 100% dos bairros com coleta seletiva e zerar o número de pessoas que vivem em áreas de alto risco de inundações e deslizamentos de terra até 2030. O Globo deu mais detalhes.
Já em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes apresentou o PlanClima SP, que vinha sendo discutido dentro da administração paulistana desde 2018. Pelo plano, a capital paulista quer reduzir suas emissões pela metade até 2030 em relação aos níveis de 2017 e zerar as emissões líquidas de carbono até 2050. Entre as ações propostas, estão a ampliação do uso de combustíveis renováveis na frota de transporte público, a diminuição da geração de resíduos sólidos e ampliação dos serviços de coleta seletiva e reciclagem, incentivos para instalação de empresas que ofereçam empregos verdes e sustentáveis, entre outras. As ações serão encabeçadas pela Secretaria-Executiva de Mudanças Climáticas, subordinada à Secretaria de Governo da Prefeitura, e executadas em parceria com a rede internacional de prefeituras pelo clima C40. Agência Brasil, G1 e Veja destacaram o plano climático de SP.
Entretanto, nem tudo são flores: o prefeito Nunes nomeou para o posto de secretário-executivo de clima em SP o advogado e consultor ambiental Antonio Fernando Pinheiro Pedro. Ele participou da transição política do governo Bolsonaro, entre 2018 e 2019, a convite de Evaristo de Miranda, chefe da Embrapa Territorial e “guru ambiental” do presidente. Segundo o Valor, Pedro também é crítico público do Acordo de Paris, tido por ele como uma “ilusão fabricada” e um exemplo da “diplomacia do termostato”. Assim fica difícil confiar no compromisso climático do novo prefeito paulistano.
ClimaInfo, 8 de junho de 2021.
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