Desastres climáticos ficaram mais fortes e frequentes nos últimos 50 anos, diz ONU

1 de setembro de 2021

A frequência e a intensidade de desastres climáticos, como ondas de calor e inundações, aumentaram consideravelmente nas últimas cinco décadas, de acordo com análise divulgada ontem (1º/9) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). O Atlas de Mortalidade e Perdas Econômicas mostrou que o número de episódios desse tipo aumentou cinco vezes desde 1970, resultando na morte de mais de 2 milhões de pessoas e em prejuízos que totalizam US$ 3,64 trilhões em todo o mundo.

No Brasil, as perdas causadas por eventos climáticos extremos nesses 50 anos somaram cerca de US$ 41,7 bilhões, valor que representa 40% dos prejuízos registrados em todo o continente sul-americano. Nos últimos dez anos, as perdas econômicas anuais chegaram a US$ 3 bilhões em média na região, o dobro do montante da década anterior. Assis Moreira destacou esses dados específicos sobre o Brasil no Valor.

Em todo o mundo, foram identificados cerca de 11 mil desastres entre 1970 e 2019, incluindo situações calamitosas como a seca de 1983-84 na Etiópia (o evento mais fatal, com 300 mil mortes) e o furacão Katrina em Nova Orleans (o evento com maior prejuízo, de US$ 163,61 bilhões). O relatório destacou a tendência de aceleração desse tipo de evento na última década, o que corrobora com estudos e análises recentes sobre a intensificação de eventos climáticos extremos por causa do aquecimento da Terra.

Por outro lado, o relatório da OMM também deu destaque à queda no total de mortes decorrentes desses eventos no período: nas décadas de 1970 e 1980, a média de mortes associadas a esses desastres por dia foi de 170; nos anos 1990, esse número caiu para 90 mortes, e o número continuou caindo nas décadas seguinte, até chegar nos anos 2010 em 40 mortes diárias. De acordo com o documento, isso se deve em especial a alertas precoces e gerenciamento de desastres mais aprimorados.

Al-Jazeera, Associated Press, BBC, Folha, Guardian, MetSul, O Globo e Reuters também repercutiram o relatório da OMM.

 

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ClimaInfo, 2 de setembro de 2021.

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