OMC reconhece vínculo entre comércio internacional e desmatamento

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A relação entre comércio internacional e desmatamento foi formalmente reconhecida pela Organização Mundial do Comércio (OMC), informa o Valor. Em seu Relatório do Comércio Mundial publicado ontem (16/11), a OMC reconhece que o comércio é responsável por diversas fontes de risco de desmatamento, tais como expansão agrícola, criação de gado, extração de madeira, mineração, extração de petróleo, construção de barragens e desenvolvimento de infraestrutura.

O que certamente não consta no relatório da OMC é o uso de agrotóxicos para acelerar o desmatamento da floresta e abrir espaço para a soja e o gado. A prática, denunciada pela Agência Pública em levantamento feito em parceria com a Repórter Brasil, tem sido utilizada nos últimos dez anos e serviu para devastar pelo menos 30 mil hectares de vegetação nativa, de acordo com os casos que caíram na fiscalização do IBAMA. Pelos dados de multas, Mato Grosso lidera o ranking das florestas envenenadas.

Entre as substâncias usadas estão agrotóxicos que faziam parte do Agente Laranja, o desfolhante que norteamericanos despejaram sobre o Vietnã durante a guerra, e o clorpirifós, banido nos EUA por estar associado a problemas de desenvolvimento neurológico, principalmente em crianças.

A exemplo da Guerra do Vietnã, os agrotóxicos são despejados por aviões em grandes quantidades sobre a Amazônia e outros biomas.

A destruição ambiental para abertura de pastos está levando muitos consumidores a procurarem outras opções de proteína. A mais recente novidade é a carne de vegetais impressa em 3D que, segundo O Globo, caiu no gosto de muita gente na alta gastronomia europeia. Ela é produzida pela pela startup israelense Redefine Meat, a qual, segundo seu diretor executivo, só não vende mais por limitação da capacidade de produção.

Em tempo: Um guia reúne informações para gestores públicos a respeito dos incentivos econômicos que podem ser utilizados na conservação das florestas remanescentes, na recuperação de áreas degradadas e no aperfeiçoamento da produtividade rural. A edição é uma iniciativa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), no âmbito do Observatório do Código Florestal (OCF) e pode ser baixada no site da Eco21, que deu a notícia.

 

ClimaInfo, 17 de novembro de 2021.

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