Alemanha apresenta pacote de medidas para triplicar ritmo de redução de emissões até 2030

12 de janeiro de 2022

Uma tarefa gigantesca. Foi assim que Robert Habeck, ministro alemão da Economia e Proteção do Clima, definiu o trabalho que seu país tem pela frente se quiser cumprir os compromissos climáticos assumidos até meados do século. Segundo o ministro, será necessário triplicar os cortes de emissões para atingir as metas, o que terá impactos econômicos e sociais que exigirão um “massivo debate nacional”, em suas palavras. A Alemanha não cumpriu sua meta de redução de emissões no ano passado, e a previsão é de que descumpra a deste ano também, o que prova que a transição prometida será tudo, menos suave. Qualquer plano climático sério deve prever que a energia limpa substitua rapidamente as fontes de energia fóssil, ao mesmo tempo em que reforce medidas de eficiência energética. No caso da Alemanha, além de substituir as termelétricas fósseis, o país também precisa de energia renovável para aposentar suas usinas nucleares, um divórcio que começou na época dos acidentes nucleares em Fukushima, no Japão, como conta a Bloomberg. Apesar das plantas nucleares não emitirem gases de efeito estufa – o que poderia qualificá-las para a transição energética -, o risco da poluição gerada por um eventual acidente é muitas vezes superior aos benefícios. A ex-chanceler Angela Merkel, simpática à ideia de prolongar a vida útil dessas plantas, bem que tentou, mas não convenceu os alemães. O resultado é que os líderes climáticos da Europa precisam fazer simultaneamente um phase-out fóssil e nuclear para cumprir o combinado. The Guardian, Bloomberg e Climate Home destacaram a entrevista do ministro.

Em tempo: Quem também terá de trabalhar dobrado para cumprir o prometido é Joe Biden, que brilhou na COP26 com uma das participações mais ambiciosas dos EUA em negociações climáticas de todos os tempos. Os democratas agora lutam para aprovar o Build Back Better e seu investimento histórico de 555 bilhões de dólares em energia limpa. Eles têm pouco tempo para avançar a legislação antes das eleições de meio-termo e a próxima cúpula das Nações Unidas sobre o clima no Egito, tudo em novembro. Washington Post e AP destacaram os desafios que os planos climáticos de Biden terão para avançar em 2022.

 

ClimaInfo, 13 de janeiro de 2022.

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