O risco do Kuwait se tornar inabitável; e o frio intenso nos EUA

Kuwait

O pequeno Kuwait é um dos lugares mais quentes do mundo e a vida por lá está tornando inviável. Em 2016, os termômetros marcaram 54°C e, no ano passado, eles passaram a marca dos 50°C semanas antes do pico de calor.

Uma matéria da Bloomberg trouxe a palavra de Tamara Qabazard, veterinária do zoológico de lá: “É por isso que estamos vendo cada vez menos vida selvagem no Kuwait, é porque a maioria dos animais não está conseguindo sobreviver às estações do ano.”

A matéria cita, sem ironias, que o país é o 4º maior exportador mundial de petróleo e proteger a população e a vida selvagem é pura falta de vontade política e não de recursos.

Já no Iraque, as temperaturas estão subindo duas vezes mais rapidamente do que na média global. No grande pântano Mesopotâmico, berço da civilização humana, a precipitação média anual neste século é 10% menor do que no período 1970 – 2000. Além de a quantidade de água ser cada vez menor, ela é cada vez mais salobra, impactando pessoas e a criação doméstica. A situação é agravada pela vizinha Turquia que, construindo grandes hidrelétricas na cabeceira dos rios, reduz ainda mais a vazão para os grandes Tigre e Eufrates. A matéria é da News Hour da PBS.

A maioria dos extremos de temperatura registrados, como era de se esperar, ficam na ponta quente e, segundo um trabalho citado na Bloomberg, apenas 10% estão na extremidade fria. A matéria tem uma animação do globo terrestre girando com marcações de onde foram registrados recordes de temperatura no ano passado.

A Inside Climate News também comentou estes recordes cravando que eles seguirão sendo quebrados caso não se consiga reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. Por hora, elas não param de aumentar.

Os recordes negativos de temperatura também são fruto da bagunça que o aquecimento global provoca nos jet streams, ventos de altitude que ondulam paralelamente ao equador, do oeste para leste.

Nos EUA, uma megatempestade ganhou o nome de Izzy e vem despejando enorme quantidade de neve desde o Centro-Oeste até os estados na costa do Atlântico. Milhares de voos foram cancelados e houve apagões afetando centenas de milhares de pessoas. A nevasca foi matéria do New York Times, AP, Reuters e a BBC. Pouco usual para a época, mas fruto da mesma tempestade, a AP conta que um grande tornado com ventos de 190 km/h atravessou o sudoeste da tropical Flórida.

A Carbon Brief fez uma matéria interessante a partir de vários bancos de dados para analisar os recordes de temperatura e os eventos extremos do ano passado.

 

ClimaInfo, 18 de janeiro de 2022.

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