Antártica mais quente força pinguins a mudar colônias mais para o sul

21 de janeiro de 2022
Antártica pinguins

Uma pesquisa realizada em parceria entre a Universidade Stony Brook e o Greenpeace descobriu que pinguins gentoo se estabeleceram em uma região mais austral do que o documentado até então. A colônia teria se fixado e reproduzido com sucesso na Ilha de Andersson, na Antártica, a uma latitude mais baixa e tradicionalmente gelada demais para a sobrevivência dos filhotes. A NewScientist traz imagens da expedição que fez o registro.

Como muitos animais antárticos, os pinguins gentoo se alimentam de krill, o qual pode ficar mais difícil de encontrar quando há menos gelo no inverno. A combinação de menos comida na água e menos gelo firme na terra para a formação dos ninhos está se mostrando fatal para os pinguins. Segundo o Greenpeace, a população geral dessas aves foi reduzida em 60% desde as primeiras contagens nos anos 1970, com algumas colônias encolhendo até 77%. O i-news e o Independent também noticiaram.

Em tempo 1: A BBC, por sua vez, reporta que o iceberg A68 – que chegou a ser considerado o maior do mundo – se aproxima da Geórgia do Sul, ilha relativamente próxima às Malvinas e igualmente território britânico. Desde que se separou da Antártica em 2017, o iceberg adiciona grandes volumes de água doce no Atlântico ao derreter: mais de 1,5 bilhões de toneladas de água por dia no auge de seu derretimento.

Em tempo 2: No pólo oposto, as coisas não estão menos quentes. O Guardian descreve os inverno atípicos testemunhados em Alta, no norte da Noruega, a partir de trechos em formato reportagem do livro “The Treeline: The Last Forest and the Future of Life on Earth”. Com temperaturas próximas a -1°C, próprias de invernos tropicais, o verde das tundras está tomando conta da paisagem, desencadeando um ciclo perigoso. Tal ciclo influencia o solo e as atividades microbianas e faz nascer árvores onde não deveria. O resultado é um aquecimento adicional que favorece o descongelamento do permafrost – solo típico do Ártico – e a liberação de metano, um dos mais potentes causadores do efeito estufa. Entre os mais afetados estão os Sami, o único grupo indígena da Europa com cerca de 80 mil indivíduos espalhados por Noruega, Suécia, Finlândia, Rússia, Ucrânia e Alasca, nos EUA.

 

ClimaInfo, 21 de janeiro de 2022.

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