Em tour autoritário na Europa, Bolsonaro mente sobre desmatamento na Amazônia

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“Coisa que não existe”. Foi assim que Bolsonaro tentou explicar para as autoridades húngaras sua política de destruição da Amazônia. Ele precisou ter uma conversa sobre o assunto com o presidente János Áder. A Hungria é um país parlamentarista. O presidente cumpre, na maior parte das vezes, funções cerimoniais, e o chefe de governo é o primeiro-ministro, neste caso, Viktor Orbán, com quem Bolsonaro também se encontrou em Budapeste nesta quinta-feira (17/2).

“Eu tive a oportunidade de falar para ele (János Áder) o que representa a Amazônia para o Brasil e para o mundo e, muitas vezes, as informações sobre essa região chegam para fora do Brasil de forma bastante distorcida. Como se nós fôssemos os grandes vilões no que se leva em conta a preservação da floresta e a sua destruição. Coisa que não existe”, foi a fala de Bolsonaro à imprensa, registrada pelo Correio Braziliense. TV Cultura, Valor, g1, O Globo e Metrópoles também registraram a saia justa vivida por Bolsonaro no tema da Amazônia, justamente no país governado pela extrema-direita, onde ele pode ter sonhado que o assunto não seria pauta.

As relações exteriores do Brasil estão condenadas a abordar o tema da Amazônia enquanto a floresta for um problema para o mundo invés de solução. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostram que, desde que Bolsonaro assumiu o governo, as taxas de desmatamento da Amazônia se mantiveram sempre acima de 10 mil quilômetros quadrados ao ano, o que não acontecia desde o início do século.

Em tempo: O Valor e O Globo destacaram o puxão de orelha que o senador dos EUA Ed Markey deu no governo e no Congresso brasileiros sobre a tentativa de legalizar a grilagem de Terras Públicas, um dos principais impulsos atuais para o desmatamento da Amazônia.

 

ClimaInfo, 18 de fevereiro de 2022.

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