Indígenas pedem ao STF proteção de Povos Isolados

Povos Indígenas Isolados
APIB

Representantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) ingressaram com uma ação no Supremo Tribunal Federal nesta semana cobrando do governo federal um plano emergencial para regularização e proteção de Terras Indígenas com presença de Povos Isolados e de Recente Contato. A ação acontece após o assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips no Vale do Javari, que teria sido provocado pela atuação do indigenista em defesa das comunidades indígenas locais contra a ação de pescadores ilegais. 

“Diante da implementação de uma política indigenista extremamente nociva a estes Povos, aliado ao índice crescente do desmatamento e invasões nas Terras Indígenas, esses Povos estão sendo submetidos ao risco concreto e inerente de extermínio”, destacou o texto. “Existe risco real de que as gravíssimas falhas do governo federal na proteção da vida, seguranças e integridade psicofísica dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato no Brasil possam ocasionar até o extermínio de determinadas etnias”.

Na ação, a APIB pede que o STF cobre da União um plano de ação, a ser apresentado em até 60 dias, com medidas e cronograma para garantir a integridade física e a proteção de direitos fundamentais dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato. Carta Capital, O Globo e UOL repercutiram o pedido da APIB no STF.

Enquanto isso, as investigações em torno da execução de Bruno e Dom seguem no Vale do Javari. De acordo com o g1, a Polícia Civil do Amazonas e a Polícia Federal continuaram com a reconstituição do crime, com a presença de pelo menos um dos suspeitos presos até agora – Jeferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”. O objetivo dos policiais é contrastar as diferentes versões apresentadas pelos suspeitos e definir um passo-a-passo do crime.

Em tempo 1: Ainda sobre a violência contra os Povos Indígenas, o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) denunciou na última 4ª feira (29/6) ao Conselho de Direitos Humanos da ONU a situação dramática das comunidades nativas no Brasil. Além das mortes de Bruno e Dom, os representantes do CIMI citaram também os assassinatos de Edivaldo Manuel de Souza, do Povo Atikum, e de Alex Lopes, este durante o ataque ilegal da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul a uma comunidade indígena no território Guapo’y. “Não esperem pelo Brasil”, apelaram, pedindo que o Conselho cobre a apuração desses crimes pelo governo brasileiro e a retomada das políticas de proteção dos povos e territórios indígenas.

Em tempo 2: Outra denúncia apresentada contra o Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU criticou o país pela falta de compromisso no enfrentamento à crise climática. O apelo foi feito pela ONG Conectas Direitos Humanos citando as catástrofes climáticas recentes no Sudeste e no Nordeste e a falta de ambição do governo brasileiro em suas metas de mitigação sob o Acordo de Paris.

 

ClimaInfo, 1º de julho de 2022.

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