Últimos 8 anos podem ser os mais quentes da história, alerta ONU 

6 de novembro de 2022
últimos 8 anos
José Fernando Ogura/AEN

Os negociadores presentes na COP27 não podem se queixar de falta de informação indicando a urgência de aumento da ambição climática. No dia da abertura da conferência (6/11), a Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou que “os oito anos de 2015 a 2022 provavelmente serão os mais quentes já registrados” até o momento.

A palavra “provavelmente” foi usada porque 2022 ainda não terminou. Mas já concorre ao quinto ou sexto posto no top ten dos anos mais quentes conhecidos com base em registros oficiais – e isso devido à influência, pelo terceiro ano consecutivo, do fenômeno meteorológico La Niña, que provoca uma diminuição das temperaturas em algumas regiões do planeta. Mas a OMM já avisou que o La Niña “não está revertendo a tendência de longo prazo; é apenas uma questão de tempo até que um novo ano mais quente chegue”.

“As concentrações de CO2 na atmosfera são tão altas que a meta de 1,5°C é quase inatingível”, alertou o chefe da OMM, Petteri Taalas. “Já é tarde demais para muitas geleiras, e o derretimento continuará por centenas, ou mesmo milhares de anos, o que terá grandes consequências no abastecimento de água”. As geleiras nos Alpes, por exemplo, registraram uma perda recorde de massa glacial em 2022, com uma redução de espessura de 3 a 4 metros, “muito mais do que durante o recorde anterior de 2003”. Na Suíça, o volume de cobertura de gelo caiu em mais de um terço entre 2001 e 2022.

O nível dos oceanos aumentou 10 milímetros desde janeiro de 2022, o que equivale a 10% do aumento registrado desde que as medições por satélite começaram, há quase 30 anos. E o ritmo dobrou desde 1993. Desde o começo da década, a elevação do nível do mar é de 5 milímetros por ano, em comparação com os 2,1 milímetros observados nos anos 1990.

“O último relatório sobre o Estado do Clima Global é uma crônica do caos climático”, advertiu o secretário-geral da ONU, António Guterres. “Devemos reagir ao sinal de alerta do planeta com ações climáticas ambiciosas e confiáveis.”

O relatório da OMM, que pode ser encontrado aqui, foi noticiado por g1, R7, Folha, Estadão, Valor e DW, em matéria replicada pelo UOL, entre outros.

 

ClimaInfo, 7 de novembro de 2022.

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