Castigada por tempestades, Nova Deli pode ter racionamento de água

enchentes Nova Deli
REUTERS/Adnan Abidi

As inundações em partes de Nova Deli, capital da Índia, forçaram o governo da cidade a fechar todas as instituições de ensino na 5ª feira (13/7) e aconselhar as pessoas a trabalharem em casa. Além disso, a água potável será racionada depois que o rio Yamuna transbordou.

Desde que a estação chuvosa das monções começou, em 1º de junho, a cidade registrou 113% de chuvas acima da média, disse o Departamento Meteorológico da Índia. As chuvas nos estados montanhosos ao norte alimentaram as enchentes do rio Yamuna, relata a Reuters.

O nível do Yamuna vem subindo desde 4ª feira. Na manhã seguinte, o nível do rio subiu para 208,46 metros – o mais alto em 45 anos. Por causa disso, informa a BBC, as autoridades evacuaram milhares de áreas baixas próximas e desviaram o tráfego das estradas arteriais.

Trabalhadores migrantes, que vivem nas margens do rio, estavam acampados nas estradas ao lado dele enquanto suas casas improvisadas eram engolidas pela água. Muitos procuravam abrigo enquanto a água envolvia seções de áreas residenciais e locais históricos da capital indiana como o Forte Vermelho, narra o New York Times, apresentando uma sequência de imagens da inundação.

No norte da Índia, pelo menos 88 pessoas morreram em Himachal Pradesh desde que as chuvas começaram no final do mês passado. Estados próximos como Punjab e Haryana também testemunharam graves inundações.

Al Jazeera e Times of India também trataram das cheias em Nova Deli.

Em tempo 1: Nos Estados Unidos, equipes em Vermont estão avaliando os danos após as tempestades que despejaram até dois meses de chuva no estado em questão de dias, provocando enchentes perigosas que submergiram casas. Algumas áreas viram mais de 220 mm de chuva. Agora começa a longa e cansativa limpeza após as graves inundações, lembra o Independent. Na capital de Vermont, Montpelier, as equipes estão começando a limpar os escombros e inspecionar edifícios, informa a BBC. As imagens de destruição lembraram 2011, quando a tempestade tropical Irene atingiu Vermont e levou a uma reavaliação drástica de como proteger o estado contra tempestades sobrecarregadas por um clima mais quente. Algumas medidas de mitigação tomadas desde Irene foram eficazes, destaca o New York Times, mas a tempestade demonstrou a necessidade de adaptação contínua, pois as chuvas se tornaram mais extremas e menos previsíveis, dizem especialistas.Em tempo 2: Os eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes em todas as partes do planeta parecem mostrar que “todos os alarmes da Terra estão tocando”, destaca o Washington Post. A causa é pra lá de conhecida. “Os cientistas dizem que não há dúvida de que essa cacofonia foi causada pela mudança climática – ou que continuará a se intensificar à medida que o planeta esquenta. Pesquisa mostra que as emissões humanas de gases de efeito estufa, particularmente da queima de combustíveis fósseis, aumentaram a temperatura da Terra em cerca de 1,2oC acima dos níveis pré-industriais. A menos que a humanidade transforme radicalmente a forma como as pessoas viajam, geram energia e produzem alimentos, a temperatura média global está a caminho de aumentar em mais de 3oC, de acordo com o IPCC, desencadeando catástrofes que tornarão os desastres deste ano parecerem moderados”, destaca o veículo. E como pontua o Vox, não existe mais nenhum lugar no mundo resistente a essas tragédias.

ClimaInfo, 14 de julho de 2023.

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