Declaração sobre florestas: países cobram financiamento internacional para proteção ambiental

Cúpula da Amazônia Declaração de Florestas
Ricardo Stuckert / Presidência

Líderes de países florestais querem o cumprimento da meta de US$ 100 bilhões anuais das nações desenvolvidas para financiar ação climática no mundo em desenvolvimento.

Os chefes de Estado e ministros dos países amazônicos e de outras nações com grande estoque de florestas divulgaram nesta 4ª feira (9/8) uma declaração conjunta durante a Cúpula da Amazônia, realizada em Belém (PA). No texto, os governos cobraram os países desenvolvidos a finalmente cumprir sua promessa para destinar ao menos US$ 100 bilhões anuais para financiamento climático internacional e ampliar o fornecimento de recursos para as nações em desenvolvimento.

“Manifestamos nossa preocupação com o não-cumprimento, por parte dos países desenvolvidos, do compromisso de financiamento para o desenvolvimento equivalente a 0,7% do rendimento nacional bruto; de financiamento climático de US$ 100 bilhões por ano em recursos novos e adicionais aos países em desenvolvimento, conclamamos os países desenvolvidos a cumprirem suas obrigações de financiamento climático; e a contribuir para a mobilização de US$ 200 bilhões por ano, até 2030, previstos pelo Marco Global para a Biodiversidade de Kunming-Montreal para a implementação dos planos de ação e estratégias nacionais de biodiversidade, por meio da provisão de recursos financeiros novos, adicionais, previsíveis e adequados”, assinalou a declaração.

O presidente Lula reiterou essa cobrança em suas falas no 2º dia da Cúpula. “Não é o Brasil que precisa de dinheiro, não é a Colômbia, a Venezuela, é a Natureza. O desenvolvimento industrial ao longo de 200 anos poluiu e estamos precisando que paguem a sua parte agora para recompor a parte do que foi estragado. A Natureza é que está precisando de financiamento”, disse. 

A declaração conjunta, assinada pelas nações amazônicas e por países como Indonésia, Congo e República Democrática do Congo, é o primeiro resultado do esforço do governo brasileiro para articular uma estratégia comum para a COP28 de Dubai, no final do ano.

“O que nós fizemos foi dizer ao mundo que nós não aceitaremos mais ficar criando teses que não sejam colocadas em prática. Vamos para a COP28 com objetivo de dizer ao mundo rico que se quiserem preservar efetivamente o que existe de floresta, é preciso colocar dinheiro não apenas para cuidar da copa da floresta, mas para cuidar do povo que mora lá embaixo, que quer trabalhar, que quer estudar, que quer comer, que quer passear e que quer viver decentemente”, acrescentou o presidente brasileiro.

A declaração sobre florestas da Cúpula da Amazônia foi abordada por diversos veículos, como Agência Brasil, CNN Brasil, Estadão, O Liberal, Poder360, Um Só Planeta e Observatório do Clima, entre outros.

 

ClimaInfo, 10 de agosto de 2023.

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