O departamento meteorológico do país confirmou os efeitos do fenômeno climático El Niño, com condições que sugerem uma temporada severa de incêndios florestais e seca.
A Austrália se prepara para uma temporada de fogo particularmente perigosa quatro anos após o mortal Verão Negro, quando os incêndios florestais mataram ou foram responsabilizados pela morte de quase 500 pessoas e queimaram quase 25 milhões de hectares. Com uma diferença: as temporadas anteriores foram sob efeito de La Niña, com condições mais frias e úmidas.
Menos de três semanas antes do início oficial da primavera na Austrália, as altas temperaturas em muitas cidades do país batem recordes. Estações de esqui fecharam antes do previsto, e na Maratona de Sydney, no fim de semana, dezenas de pessoas foram hospitalizadas após correrem sob uma onda de calor, relata o New York Times.
Diante desses extremos climáticos, o Departamento de Meteorologia australiano confirmou a ocorrência do El Niño no país, associado ao Dipolo Positivo do Oceano Índico (IOD) – diferença na temperatura da superfície do mar entre o polo ocidental, no Mar da Arábia (oeste) e o polo oriental, ao sul da Indonésia (leste). E também ressaltou que o aquecimento global continua a influenciar o clima australiano e global.
Em Nova Gales do Sul, a costa sul da província teve seu alerta de perigo de incêndio atualizado para “catastrófico”, devido a ventos inesperadamente fortes. Já foram registrados 61 incêndios, dos quais 13 estavam fora de controle, segundo o Sky News.
O aumento das temperaturas em toda Nova Gales do Sul levou ao fechamento de mais de 20 escolas. O alerta ocorreu no momento em que o aeroporto de Sydney registrou na 3ª feira (19/9) sua temperatura mais alta em setembro desde 2000, informa o Guardian.
Uma proibição total de incêndios, incluindo churrascos com combustível sólido, está sendo imposta em Sydney pela primeira vez em quase três anos. A cidade atingiu 34,6°C ontem.
France24, Reuters, Guardian, Independent, ABC e Euronews também noticiaram o clima extremo na Austrália.
ClimaInfo, 20 de setembro de 2023.
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