Planeta teve o agosto mais quente da história em 2023

Agosto mais quente planeta
Ankhesenamun / Unsplash

Diante dos sucessivos recordes de calor, NOAA ainda aponta que há 95% de chance de 2023 estar entre os dois anos mais quentes já registrados.

O novo anormal climático continua levando o planeta a recordes de calor e a se aproximar rapidamente do limite de 1,5°C de aumento da temperatura sobre os níveis pré-industriais determinado no Acordo de Paris. O mês passado foi o agosto mais quente da história, com vários continentes registrando temperaturas recordes, mostra um relatório da Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA, sigla em inglês).

A temperatura média global registrada pela NOAA em agosto foi de 16,85°C, valor que está 1,25 °C acima da média registrada no século 20. O documento diz ainda que esse foi o 45º agosto e o 534º mês consecutivo a registrar temperaturas acima da média do século passado, detalha a CNN.

A razão de fundo para a “fervura” já é bem sabida: as emissões atmosféricas. “As ondas de calor marinhas globais e o crescente El Niño provocam um aquecimento adicional este ano, mas enquanto as emissões continuarem impulsionado uma marcha constante de aquecimento de fundo, esperamos que novos recordes sejam quebrados nos próximos anos”, diz a cientista-chefe da NOAA, Sarah Kapnick.

Quatro continentes – África, Ásia, América do Norte e América do Sul – tiveram o agosto mais quente já registrado, enquanto a Europa e a Oceania registraram o segundo agosto mais quente. O mês passado também foi o mais quente na região do Ártico, informa o g1.

Pelo quinto mês consecutivo, a temperatura global da superfície do mar atingiu um recorde máximo para o mês. No geral, agosto de 2023 estabeleceu um recorde para a maior anomalia mensal da temperatura da superfície do mar (+1,03°C) de qualquer mês nos 174 anos de existência da NOAA. E a Antártica teve o quarto mês consecutivo com a menor extensão ou cobertura de gelo marinho já registrada.

Segundo os cientistas da NOAA, é cada vez mais provável que 2023 seja o ano mais quente da história, ou o segundo mais quente já registrado pela humanidade depois de 2016, destaca o New York Times. As condições do El Niño, que liberam calor adicional para a atmosfera e estão associadas a anos mais quentes, deverão perdurar durante o inverno do Hemisfério Norte.

Um modelo climático da Berkeley Earth, organização de monitoramento do clima, estimou em 55% a chance de 2023 ser, em média, 1,5°C mais quente. No ano passado, a equipe previa uma probabilidade de menos de 1%, que subiu para 20% após o calor de julho, detalha a Nature. “Portanto, este ano está muito incomum”, afirma Robert Rohde, principal cientista da Berkeley Earth em Zurique, Suíça.

Poder 360, R7, TV Cultura, Band e Brasil 247 também destacaram o recorde de calor em agosto.

Em tempo: Na Inglaterra, 4.507 pessoas morreram por causa do calor em 2022, estima um estudo da Agência de Estatísticas Nacionais (ONS, sigla em inglês) sobre mortalidade relacionada ao clima. A Folha lembra que o Reino Unido registrou seu dia mais quente de todos os tempos em julho de 2022, quando as temperaturas ultrapassaram 40°C, numa onda de calor impulsionada pela mudança climática em toda a Europa. O número de mortes relacionadas com o calor mais do que duplicou entre 1990 e 2022 no país, destaca o Sky News. Numa média de três anos, em 2022, ocorreram 2.866 mortes nos dias mais quentes – em comparação com 1.417 em 1990 –, um aumento de 102%, de acordo com a ONS. O maior risco de morte ocorreu em Londres quando as temperaturas subiram acima de 29°C. Com isso, o risco foi três vezes maior do que quando as temperaturas estavam de 9°C a 22°C, informou a agência.

 

ClimaInfo, 25 de setembro de 2023.

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