Governo eleva a previsão de investimentos para petróleo e gás para R$ 479 bilhões até 2027, acima dos R$ 434 bilhões previstos na gestão Bolsonaro.
A promoção da transição energética está dia sim, outro também no discurso do governo. O problema é que “as ideias não correspondem aos fatos”, como diria Cazuza.
É o que mostra a análise do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), destacada pela Folha, com base no Plano Plurianual (PPA) apresentado ao Legislativo no final de agosto, que aponta que o governo Lula está alocando mais recursos no PPA para ações no setor de petróleo e gás fóssil do que o proposto pela gestão do inominável.
O texto pode mudar, mas mostra que a atual administração quer gastar R$ 479 bilhões na área entre 2024 e 2027, sendo R$ 472 bilhões em recursos orçamentários. O governo anterior previa, de 2020 a 2023, R$ 434 bilhões, já corrigidos pela inflação. Tudo bem que o PPA do governo Lula cria o programa de transição energética, inexistente no projeto da gestão Bolsonaro. Contudo, o valor é de fazer chorar ou rir de raiva.
O programa prevê R$ 938 milhões – o equivalente a 0,2% do destinado às operações envolvendo basicamente combustíveis. Além disso, todos os recursos reservados para o programa de transição energética são não orçamentários.
Ou seja, se aprovado, a União e as estatais não precisarão tirar verba dos caixas para financiar essas ações; os recursos poderão vir de subsídios. E o montante não precisa ser detalhado no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), o que dificulta o monitoramento das ações.
ClimaInfo, 26 de outubro de 2023.
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