G20 no Brasil: grupo de trabalho sobre sustentabilidade ambiental e climática define prioridades

Brasil G20
MMA

Parte do chamado G20 Social, o grupo tem como objetivo ampliar a participação social nas discussões oficiais, facilitando as contribuições de organizações da sociedade civil.

O governo federal lançou na última 6ª feira (26/1) o grupo de trabalho (GT) de Sustentabilidade Ambiental e Climática do G20 e apresentou suas prioridades para os próximos meses. Um dos focos do GT será articular as ações das 19 maiores economias do planeta, além da União Europeia e da União Africana, para enfrentar a crise climática e proteger o meio ambiente. 

O GT integra os esforços da presidência rotativa do G20, ocupada pelo Brasil em 2024, para facilitar a participação de atores da sociedade civil no processo oficial. Esse grupo será copresidido pelos Ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e das Relações Exteriores (Itamaraty). 

“Queremos contar com o conhecimento técnico, científico, as ideias inovadoras e as melhores práticas e experiência de toda a sociedade brasileira em seus mais diferentes setores – econômicos, acadêmicos, Povos Tradicionais e Originários”, afirmou a ministra Marina Silva.

O embaixador André Corrêa do Lago, secretário do clima, energia e meio ambiente do Itamaraty, destacou que a iniciativa fortalecerá a atuação do Brasil não apenas na condução do G20 neste ano, mas também na presidência do BRICS e na realização da COP30 de Belém em 2025.

“Temos que assegurar que haja uma coerência na atuação brasileira e nada melhor que a sociedade para medir a coerência do Estado no tratamento dessas questões em que o país será um ator essencial nos próximos dois anos”, disse o embaixador.

O GT de Sustentabilidade Ambiental e Climática terá quatro eixos temáticos de ação: 1) adaptação preventiva e emergencial frente a eventos climáticos extremos; 2) valoração e preservação de serviços ecossistêmicos; 3) oceanos; e 4) resíduos e economia circular.

A Agência Brasil detalhou o plano do GT e destacou a cobrança feita pelo Observatório do Clima (OC) pela não-inclusão da transição energética e do fim dos combustíveis fósseis na agenda de discussão do grupo. A justificativa do governo é de que o assunto pode ser melhor debatido nas COPs climáticas, e não no G20.

“O que o G20 pode fazer é discutir novas ideias que possam vir a ser levadas à Convenção [Quadro da ONU sobre Mudanças] do Clima. O Brasil pretende ocupar esse espaço e contribuir para que, eventualmente, alguns desses elementos novos [no debate], que poderiam vir a levantar o interesse de todos os países, possam ser incorporados [à COP]”, respondeu Corrêa do Lago.

O Correio Braziliense também repercutiu essas informações.

Em tempo: A presidência brasileira no G20 e na COP30 traz otimismo ao presidente da Agência Internacional de Energia (IEA), Fatih Birol. Em entrevista à jornalista Daniela Chiaretti no Valor, o economista turco destacou que o comando do Brasil nesses dois fóruns dará uma “perspectiva de inclusão” às conversas internacionais sobre clima. “A liderança brasileira nos próximos dois anos será a voz dos países e das pessoas mais afetadas pelos efeitos da mudança climática e da transição para a energia limpa”, pontuou.

 

ClimaInfo, 30 de janeiro de 2024.

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