Fenômeno, causado pelo aquecimento excessivo do mar, poderia resultar na morte de extensas áreas de recifes tropicais, incluindo a Grande Barreira de Corais da Austrália.
Com mudanças climáticas a todo vapor e um El Niño que não dá trégua, a temperatura global da superfície do mar atingiu um novo recorde na 2ª feira, de 21,17ºC, após meses de águas mais quentes que o habitual. Além de agravar os eventos climáticos e mudar a dinâmica da atmosfera, o aquecimento oceânico ameaça todos os ecossistemas, especialmente os corais.
Por isso é tão preocupante o alerta dado pela Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos Estados Unidos (NOAA, sigla em Inglês). Segundo a instituição, o mundo está prestes a presenciar o quarto evento de branqueamento em massa de corais, informa a Reuters, em matéria traduzida pela Folha.
O fenômeno é causado pelo aquecimento excessivo do mar. E poderia resultar na morte de extensas áreas de recifes tropicais, incluindo partes da Grande Barreira de Corais da Austrália. E após meses de calor excessivo, os biólogos marinhos estão em alerta máximo.
O coordenador do Coral Reef Watch da NOAA, Derek Manzello, disse que é provável que todo o Hemisfério Sul sofra branqueamento de seus corais este ano, destaca o Earth.org. “Estamos literalmente à beira do pior evento de branqueamento da história do planeta”, ressaltou.
O risco de um branqueamento em massa já tinha sido sugerido em dezembro passado num artigo publicado na Science. Segundo o estudo, as ondas de calor marinhas extremas do ano passado podem ser um precursor de um branqueamento massivo e mortalidade de corais em todo o Indo-Pacífico até o próximo ano.
Na Grande Barreira de Corais da Austrália, o maior recife do planeta, o sinal amarelo já está aceso. Em meados de fevereiro, o Guardian informou que havia relatos de branqueamento em todas as áreas do recife, desde a Ilha Lizard, no norte, até às ilhas Keppel, no sul – uma distância de mais de 1.100 km.
Os sinais foram dados por cientistas do Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS, sigla em Inglês) e funcionários da Reef Authority. Eles fizeram vários sobrevoos de helicóptero para avaliar a saúde de dezenas de recifes ao longo da região sul da Grande Barreira, informa o Mongabay.
“Nas comunidades de recifes pesquisadas, a maior parte da cobertura de corais apresentava algum nível de branqueamento com colônias brancas e fluorescentes observadas em áreas rasas de recifes”, disse Mark Read, diretor de saúde dos recifes da Reef Authority, em um comunicado.
O último evento global de branqueamento em massa ocorreu de 2014 a 2017, quando a Grande Barreira perdeu quase um terço de seus corais. Resultados preliminares sugerem que cerca de 15% dos recifes do mundo tiveram taxas altas de mortalidade neste evento.
Neste ano, o cenário que está se desenhando até agora nas observações dos pesquisadores indica que a situação deve ser ainda pior.
O risco de um novo branqueamento em massa de corais foi repercutido por Guardian, CNN, BNN, Daily Mail, SCMP e Público.
ClimaInfo, 7 de março de 2024.
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