Enchentes: casos suspeitos de leptospirose disparam no Rio Grande do Sul

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Divulgação/Lacem/SES-RS

O número de casos suspeitos já passa de 800, com quatro mortes, mas especialistas veem subnotificação; Ministério da Saúde alerta para riscos na limpeza domiciliar.

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) do Rio Grande do Sul informou neste sábado (25/5) que mais de 800 casos suspeitos de leptospirose estão sob análise do Laboratório Central (LACEN) do estado. Até o momento, as autoridades confirmaram 54 casos da doença, com quatro mortes. Outros quatro óbitos estão sob análise.

O salto nos números da leptospirose é esperado, já que o nível da água segue alto e muitas áreas do RS continuam debaixo d’água. As condições facilitam o contato prolongado das pessoas com a urina de animais infectados, principalmente ratos.

No entanto, especialistas avaliam que os números reportados pelas autoridades ainda são inferiores ao esperado considerando a gravidade da crise. Isso significa que a possibilidade de subnotificação é grande, especialmente em áreas onde o serviço público de saúde é mais limitado.

“A notificação é um ato muito passivo. Isso porque é necessário que o médico notifique a doença, mas certamente há muitas pessoas com sintomas compatíveis com leptospirose, incluindo febre e dor muscular, que não estão procurando ajuda médica ou não estão sendo notificadas”, afirmou Alessandro Pasqualotto, presidente da Sociedade Gaúcha de Infectologia, ao Estadão.

Os principais sintomas da leptospirose são febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (principalmente na panturrilha) e calafrios. A pessoa deve procurar um serviço de saúde assim que perceber os sintomas e relatar o contato com exposição de risco. O tratamento da doença com antibiótico pode ser feito antes do diagnóstico laboratorial.

O Ministério da Saúde está monitorando a situação e enviou 400 testes de leptospirose ao RS, além de mais de 3 mil testes rápidos de COVID-19 e centenas de milhares de doses de vacina contra Influenza, Hepatite A, tétano, raiva e COVID-19. A pasta também reforçou as orientações de prevenção de doenças no contato com a água das enchentes e na limpeza domiciliar.

“Quando a água abaixar, os resíduos orgânicos e também as contaminações das bactérias que são transmitidas pela água ficam residindo naquele ambiente. Portanto, é fundamental realizar a assepsia com água e sabão e utilizar equipamentos de proteção ao adentrar a casa”, explicou Rodrigo Stabeli, coordenador do Centro de Operações de Emergência (COE) no RS. 

Agência Brasil, g1, O Globo, UOL e Valor, entre outros, repercutiram a notícia.

 

 

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ClimaInfo, 27 de maio de 2024.

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