Clima extremo: onda de calor pode ter matado mais de 500 no Paquistão

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PakistanToday.com/Staff Report

Calor intenso por vários dias interrompeu vida normal no país, especialmente na cidade de Karachi, no sul, onde médicos trataram milhares de vítimas de insolação.

Capital comercial do Paquistão, a cidade de Karachi, no sul paquistanês, registrou quase 600 mortos em meio a uma onda de calor que atingiu o país no final de junho. A agência de resgate Edhi Foundation relatou ter recebido 568 corpos na cidade em cinco dias até 25 de junho, em comparação com uma média de 40 corpos por dia. O governo local, porém, disse que apenas 13 mortes foram provocadas pelas altas temperaturas, informa a Bloomberg.

Ainda que ainda não se possa precisar a causa das mortes, o aumento no número de óbitos ocorreu justamente quando as temperaturas em Karachi subiram acima de 40°C, com a alta umidade fazendo parecer que estava 49°C, segundo relatos. E houve também aumento de pessoas nos hospitais.

O Hospital Civil de Karachi admitiu 267 pessoas com insolação entre domingo e quarta-feira da semana passada, disse o Dr. Imran Sarwar Sheikh, chefe do departamento de emergência. Doze delas morreram. Mais de 1.500 vítimas de insolação foram tratadas em outros hospitais da cidade, relata a ABC.

“A maioria das pessoas que vimos chegando ao hospital tinha entre 60 e 70 anos, embora houvesse algumas em torno de 45 anos e até um casal na casa dos 20,” disse Sheikh à BBC.

O clima do Paquistão está esquentando muito mais rápido do que a média global, com um aumento potencial de 1,3°C a 4,9°C  até a década de 2090 em relação à linha de base de 1986–2005, segundo um painel de especialistas em mudanças climáticas do Banco Mundial. O país, que é um dos mais vulneráveis do mundo à crise do clima, também enfrenta o risco de chuvas de monções mais intensas, em parte devido aos seus imensos glaciares no norte, que estão derretendo com o aumento das temperaturas. O ar mais quente pode reter mais umidade, intensificando as monções.

The Independent, LA Times e WION também repercutiram a onda de calor no Paquistão.

Em tempo: O calor pode colocar atletas em perigo durante as Olimpíadas de Paris, que começam no dia 26 de julho, mostra o relatórioRings of Fire“, feito por pesquisadores britânicos, com a colaboração de atletas e ex-atletas olímpicos de 11 países, informam Globo Esporte, CBN e Terra. O estudo alerta sobre os riscos de competir em condições climáticas extremas, incluindo desidratação, exaustão, insolação e até a morte. A cidade-sede dos Jogos registrou picos de temperatura de mais de 40°C no ano passado, e a previsão não é diferente para este verão europeu. O relatório estudou a variação climática em Paris desde as últimas Olimpíadas na cidade, há 100 anos. A temperatura média no período dos Jogos de 2024, entre 26 de julho e 11 de agosto, deve ser 3,1°C mais quente do que a última edição olímpica de Paris.

 

ClimaInfo, 1º de julho de 2024.

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