Seca e calor fazem ANEEL voltar a cobrar taxa extra na conta de luz após 2 anos

conta de luz
Fernando Frazão/ Agência Brasil

Acionamento de mais termelétricas a combustíveis fósseis se deve aos eventos climáticos extremos causados pela queima desses combustíveis e vai pesar no bolso da população.

A partir deste mês, o consumidor brasileiro terá de pagar R$ 1,88 por cada 100 quilowatts-hora (kWh) de energia elétrica que utilizar. Esse é o valor da bandeira amarela, que está sendo cobrada por decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Desde abril de 2022 a população não pagava qualquer custo adicional em sua conta de luz.

A cobrança foi decidida por causa da previsão de chuvas abaixo da média até o fim do ano – o que deve afetar os volumes dos reservatórios das hidrelétricas – e pela expectativa de consumo elétrico acima do normal no inverno, que terá temperaturas superiores à média histórica, detalha a Folha. Com isso, a ANEEL prevê um acionamento maior de termelétricas a combustíveis fósseis, notadamente a gás.

A ironia da medida é que a seca e as temperaturas acima da média que vêm sendo registradas no país são efeitos das mudanças climáticas, cuja principal causa é a queima de combustíveis fósseis. Ou seja, além de pagar mais, o consumidor brasileiro terá uma energia mais suja, que vai continuar alimentando os eventos climáticos extremos. Esse ciclo vicioso pode ser evitado com mais investimentos em fontes renováveis de energia, como mostra o mais recente relatório da Coalizão Energia Limpa.

CNN, Valor, O Globo, Agência Brasil, Carta Capital, Diário do Nordeste, SBT, InfoMoney, Sul21, O Tempo e A Tarde repercutiram o retorno da cobrança extra nas contas de luz.

 

ClimaInfo, 2 de julho de 2024.

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