Facções criminosas operam garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé

25 de agosto de 2024
garimpo ilegal Terra Sararé violência
Destruição na Terra Indígena Sararé pelo garimpo © Fábio Bispo / Greenpeace

Greenpeace denuncia a presença do crime organizado na Terra Sararé, no Mato Grosso; território teve mais de 920 hectares devastados pelo garimpo ilegal em 2024.

Nos últimos anos, a Terra Indígena (TI) Sararé vem experimentando uma “explosão” do garimpo ilegal. De 2020 até o 1º semestre de 2024, o território viu sua área afetada pela atividade saltar de 7,2 hectares para 929 hectares. De acordo com o Greenpeace Brasil, a intensificação do garimpo ilegal está diretamente relacionada com a presença crescente do crime organizado no território.

Relatos de lideranças indígenas apontam que facções criminosas regionais, ligadas a um grande grupo criminoso do Rio de Janeiro, estão operando nos garimpos da TI Sararé. Essas facções controlam a maioria das currutelas (pequenos acampamentos de garimpeiros) e recorrem sistematicamente à violência para defender a atividade criminosa.

O Greenpeace sobrevoou a região e identificou novos pontos de garimpo dentro do território Sararé, a despeito das operações recentes da Polícia Federal e do IBAMA para desmonte da estrutura garimpeira. Mesmo com a fiscalização, os garimpeiros seguem atuando na área, inclusive com o uso de equipamentos de grande porte, como escavadeiras.

No ano passado, 29 escavadeiras foram confiscadas e destruídas – o maior número de apreensões desse tipo de equipamento em todo o Brasil. No entanto, as autoridades não conseguem identificar seus proprietários, o que dificulta a responsabilização das organizações criminosas.

“Essas escavadeiras, frequentemente escondidas na floresta ou em cidades próximas para evitar a fiscalização, são responsáveis pela devastação em larga escala, e são peça-chave para a viabilidade dos garimpos. Operadas de forma coordenada, elas podem remover grandes volumes de terra, permitindo a extração de até 1 kg de ouro por dia em cada frente de lavra”, explicou o Greenpeace.

Um dos caminhos potenciais para aumentar a fiscalização sobre as escavadeiras é a inclusão de seus revendedores e compradores no Cadastro Técnico Federal (CTF). Isso permitiria a rastreabilidade mínima desses equipamentos, facilitando as investigações sobre seus proprietários e ações de responsabilização judicial por danos causados ao meio ambiente.

g1, O Globo e UOL deram mais detalhes sobre a situação do garimpo na Terra Sararé.

Em tempo: A reação violenta de garimpeiros contra uma operação da Polícia Federal, IBAMA e FUNAI em Humaitá (AM) surpreendeu os agentes federais. De acordo com O Globo, a “ousadia” dos criminosos chamou a atenção: eles atacaram os fiscais, em uma tentativa de capturá-los para servir como reféns, e depois tentaram invadir a prefeitura municipal e a casa do prefeito. Os garimpeiros se revoltaram com a fiscalização, que resultou na captura e destruição de mais de 300 balsas usadas pelo garimpo até a última 6ª feira (23/8). A PF agora tenta identificar se existe alguma facção criminosa por trás da resposta violenta e do garimpo ilegal na região. A VEJA também abordou essa notícia.

 

ClimaInfo, 26 de agosto de 2024.

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