Países africanos reforçam necessidade de financiamento climático mais robusto

5 de setembro de 2024
Países africanos necessidade financiamento climático
WMO

Nova análise da Organização Meteorológica Mundial mostra os desafios para a adaptação climática no continente africano, com custos desproporcionalmente altos e meios escassos de financiamento.

O continente mais pobre do mundo segue carregando um fardo excessivamente pesado no enfrentamento das mudanças climáticas. Sem recursos para financiar sua adaptação, a África está cada vez mais exposta à intensificação de eventos climáticos extremos e arcando com prejuízos cada vez mais custosos.

Um relatório divulgado nesta semana pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) apontou que, em média, os países africanos perdem de 2% a 5% de seu PIB anual por causa dos impactos do clima extremo. Os orçamentos também são pressionados pela ocorrência mais frequente e intensa de eventos como tempestades e secas, com muitos governos gastando até 9% de seus recursos na resposta a essas crises.

Até 2030, a OMM estima que, sem a adaptação apropriada, quase 120 milhões de pessoas extremamente pobres, que vivem com menos de US$ 1,90 (cerca de R$ 10,50) por dia, estarão expostas a secas, inundações e calor extremo na África. Na África Subsaariana, o custo da adaptação deve ficar entre US$ 30 e 50 milhões na próxima década, o que representa de 2% a 3% do PIB da região.

Essa demanda cada vez mais urgente por recursos contrasta com uma resposta apática dos países desenvolvidos e industrializados, que mantêm um fluxo de financiamento climático muito abaixo do necessário para os países africanos. Como o secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima (UNFCCC), Simon Stiell, a região vive uma “epidemia de subinvestimento” que dificulta a resposta contra a crise climática.

“Seria totalmente incorreto para qualquer líder mundial, especialmente do G20, pensar: ‘embora tudo isso seja incrivelmente triste, no final das contas não é problema meu’. A realidade é que estamos todos juntos nessa crise. Nos salvaremos juntos, ou fracassaremos juntos”, disse Stiell.

AFP, Climate Home e Reuters repercutiram a análise da OMM e a fala de Stiell sobre os impactos da crise climática no continente africano.

 

 

ClimaInfo, 6 setembro de 2024.

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