Com a proximidade do furacão Milton, mais de 1 milhão de pessoas recebem ordem de evacuação na Flórida

Potência, rapidez e trajetória da tempestade surpreendem os especialistas e assustam autoridades; desinformação online dificulta esforços de resgate às vítimas do furacão Helene nos EUA.
8 de outubro de 2024
Com a proximidade do furacão Milton, mais de 1 milhão de pessoas recebem ordem de evacuação na Flórida
NOAA

O furacão Milton se aproxima da costa oeste da Flórida prometendo ser uma das tempestades mais fortes a atingir os EUA. A expectativa é de que o sistema atinja o continente na noite desta 4a feira (9/10), provavelmente como um furacão de categoria 4, mas possivelmente com uma potência ainda maior – a ponto de alguns meteorologistas indicarem o risco dele superar as condições normais de um furacão de categoria 5, sugerindo uma 6a categoria para sua classificação.

Os ventos mais fortes de Milton aumentaram para 250 km/h enquanto se aproximava da região da Baía de Tampa, na Flórida. Mais de 1 milhão de pessoas receberam ordens de evacuação e tinham até a noite de ontem para deixar suas casas. Esta será a primeira tempestade a atingir a região em mais de um século, o que aumenta a ansiedade das autoridades e da população com os impactos potenciais do furacão em uma área pouco acostumada com esse tipo de episódio.

Segundo a Reuters, o Centro Nacional de Furacões dos EUA informou que Milton deve causar ondas de até 4,5 metros ao longo da costa norte e sul da Baía de Tampa, com risco de inundação das partes mais baixas. Além disso, a expectativa é de que a tempestade despeje até 254 milímetros de chuva, o que aumenta a probabilidade de inundação no interior da Flórida.

Segundo a Bloomberg, o impacto de Milton deve ser significativo, especialmente por sua trajetória incluir muitas das áreas mais populosas da Flórida, com prejuízo potencial de US$ 60 bilhões a US$ 75 bilhões. Mas, dependendo da força com a qual chegará ao continente, as perdas podem chegar a US$ 200 bilhões, o que colocaria Milton como um dos furacões mais danosos e custosos da história dos EUA.

A potência do furacão Milton realimentou a discussão entre meteorologistas em torno da escala de classificação de tempestades Saffir-Simpson, utilizada há mais de 50 anos nos EUA para estimar a força de um furacão. A categoria mais intensa, de número 5, abrange ventos superiores a 252 km/h. No entanto, como destacou o britânico Independent, muitos furacões recentes têm atingido limites superiores cada vez mais altos.

“A natureza aberta da escala Saffir-Simpson pode levar à subestimação do risco, particularmente porque essa subestimação se torna cada vez mais problemática em um mundo em aquecimento”, observou o climatologista Michael Wehner, autor de um estudo recente que propõe a criação de uma categoria 6 para classificação de furacões.

A chegada do furacão Milton acontece uma semana depois do furacão Helene varrer o sul dos EUA, causando mais de 225 mortes nos estados da Georgia, Flórida, Carolina do Norte e Carolina do Sul. Além da destruição causada pela tempestade, as equipes de resgate enfrentam um problema peculiar, mas que vem se tornando cada vez mais comum: a desinformação online.

A administradora da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (FEMA), Deanne Criswell, afirmou que a disseminação de notícias falsas e teorias conspiratórias está dissuadindo os sobreviventes de buscar ajuda e prejudicando a moral dos socorristas.

Um dos vetores da desinformação é o candidato republicano à presidência dos EUA, o ex-presidente Donald Trump. Ele acusou o governo norte-americano de menosprezar áreas de eleitorado republicano nos estados atingidos por Helene e afirmou que a FEMA teria utilizado recursos emergenciais para “gastar com imigrantes ilegais”. POLITICO e Washington Post deram mais detalhes.

ABC News, Associated Press, CBS News, CNN, Financial Times, NY Times e Washington Post repercutiram a aproximação do furacão Milton à costa dos EUA.

 

 

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