“Momento da verdade”: países se reúnem para definir tratado contra poluição plástica

Negociadores de 175 países se reúnem em Busan, cidade na Coreia do Sul, nesta semana para definir o futuro tratado global contra a poluição plástica.
25 de novembro de 2024
países se reúnem para definir tratado contra poluição plástica
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A maratona das negociações ambientais internacionais segue nesta semana na Coreia do Sul. Depois das COP16 de biodiversidade em Cali (Colômbia) e COP29 de clima em Baku (Azerbaijão), representantes de 175 países se reúnem nesta semana na cidade sul-coreana de Busan para a última rodada de negociação do futuro tratado global contra poluição plástica, que pode ser o primeiro grande acordo ambiental desde o Acordo de Paris, há quase uma década.

“O momento da verdade chegou para acabar com a poluição plástica”, afirmou a diretora-executiva do Programa da ONU sobre Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen. “Temos um momento histórico para acabar com a crise mundial da poluição plástica e proteger nosso meio ambiente, nossa saúde e nosso futuro”.

Como a Folha destacou, a produção de lixo plástico dobrou em duas décadas e projeções indicam que ela pode triplicar até 2060. Para piorar, apenas 9% do plástico é reciclado em todo o mundo atualmente. Sistemas ineficazes de descarte e coleta facilitam a sua disseminação no meio ambiente, tornando o plástico um resíduo onipresente, inclusive dentro do organismo dos seres humanos e de outros animais.

A proposta do tratado global contra poluição plástica pretende criar mecanismos legalmente vinculantes para os países em prol da redução de produção e poluição plástica. Mas ainda há muito trabalho a ser feito antes dos países concordarem com um texto final. Como em outros ambientes multilaterais de negociação, divergências entre os governos têm dificultado o avanço das discussões.

Não à toa, o presidente do grupo negociador, Luis Vayas Valdivieso, pediu aos negociadores que “aproveitem todas as ferramentas do multilateralismo, cada gota de criatividade e cada momento de diálogo para superar nossas divergências e elaborar um tratado tão ambicioso quanto nossa vontade coletiva permitir”.

De acordo com a Bloomberg, uma coalizão de quase 70 países, incluindo Reino Unido, Ruanda e Noruega, está pressionando por um “tratado de alta ambição” para regulamentar produtos químicos perigosos e eliminar gradualmente os produtos plásticos de uso único mais poluentes, como sacolas de mercado e talheres descartáveis.

Mas Arábia Saudita, Irã, Rússia e outros petroestados discordam veementemente dessa proposta. Segundo esses países, os plásticos seriam “materiais importantes para o crescimento sustentável”, pois são mais leves que muitos substitutos e podem reduzir o uso de combustível para transporte. Em rodadas anteriores de negociação, negociadores dos petroestados se opuseram a eventuais obrigações jurídicas e dificultaram o entendimento entre os demais países.

AFP e Climate Home também repercutiram o começo das negociações sobre o tratado global contra poluição plástica na Coreia do Sul.

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