
O governo da Indonésia confirmou nesta 2ª feira (24/3) a conclusão de um acordo internacional para financiar a transição energética para fontes renováveis e o fechamento de suas usinas termelétricas a carvão. Ele foi viabilizado mesmo depois da saída dos EUA, outrora financiador, que recuou do compromisso depois da volta de Donald Trump ao poder.
O acordo com a Indonésia, estimado em US$ 20 bilhões, acontece no âmbito das chamadas Parcerias para a Transição Energética Justa (JETP), que também beneficia o Vietnã (US$ 15,5 bilhões) e a África do Sul (US$ 9,3 bilhões). Essas iniciativas foram impulsionadas a partir de 2021 como um instrumento para facilitar a adoção de fontes renováveis em países em desenvolvimento com alta dependência de fontes fósseis para geração elétrica.
A saída dos EUA colocou em xeque a continuidade dessas parcerias – em especial no caso da Indonésia, onde Washington era o principal promotor, com compromisso inicial de apoiar com US$ 2 bilhões. No entanto, o maior envolvimento de outros parceiros desenvolvidos, como Alemanha e Japão, facilitou a manutenção dos compromissos, ao menos a princípio.
“O Japão continuará a apoiar os esforços da Indonésia em direção à descarbonização e à transição energética, enquanto cumpre seu papel junto com a Alemanha, que assumiu a coliderança”, disse o ministro japonês de finanças, Katsunobu Sato, citado pela Bloomberg.
O ministro de assuntos econômicos da Indonésia, Airlangga Hartarto, comemorou a confirmação do acordo e minimizou o impacto da debandada norte-americana. “A saída dos EUA do Acordo de Paris e do JETP não reduz o comprometimento dos outros nove países parceiros em apoiar a meta de emissões líquidas zero da Indonésia”, disse, também citado pela Bloomberg. A Reuters também repercutiu a notícia.