
Um incêndio na plataforma PCH-1 (Cherne 1) da Petrobras, localizada na Bacia de Campos, a 130 km de Macaé (RJ), deixou 14 trabalhadores feridos na manhã desta 2ª feira (21). O acidente ocorreu em uma unidade que está inativa desde 2020, com o fogo sendo controlado após quatro horas.
Entre os feridos, um funcionário sofreu queimaduras e chegou a cair no mar antes de ser resgatado. Outros 13 trabalhadores terceirizados também precisaram de atendimento médico; o SINDIPETRO-NF informou que todas as 176 pessoas presentes na plataforma estão em segurança.
Só no ano passado foram 731 acidentes em plataformas e navios usados para exploração de petróleo em alto mar. O sindicato atribuiu o acidente a anos de sucateamento e falta de investimentos em manutenção nas unidades da Bacia de Campos.
“Estes acidentes recorrentes são resultado direto da negligência de governos anteriores”, afirmou a entidade, que já havia alertado sobre problemas de segurança na região. A coordenadora cultural do SINDIPETRO-NF, Bárbara Bezerra, revelou que este foi o terceiro incidente grave na área nesta semana, incluindo uma plataforma interditada e falhas em sistemas de amarração.
A Petrobras anunciou a formação de uma comissão para investigar as causas do incêndio, mas não se manifestou sobre as críticas referentes à falta de manutenção nas instalações. A plataforma Cherne 1, que faz parte do campo de Cherne e opera desde 1983, estava em processo de descomissionamento quando ocorreu o acidente. Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram uma densa coluna de fumaça negra saindo da estrutura offshore.
O incidente reacendeu o debate sobre as condições de segurança nas operações da Petrobras, especialmente na Bacia de Campos, que já foi a principal região produtora do país. O SINDIPETRO-NF alertou que o que chamou de “desmonte da indústria nacional do petróleo” tem colocado em risco a vida dos trabalhadores, com acidentes se tornando cada vez mais frequentes.
Enquanto isso, a estatal mantém o foco na apuração deste caso específico, sem abordar publicamente as questões estruturais levantadas pelos trabalhadores. A inabilidade evidente para promover segurança em suas operações levanta dúvidas em relação a atividades com potencial destrutivo para ecossistemas essenciais e de alta sensibilidade – além de comunidades – como a tão solicitada exploração de petróleo na foz do Amazonas.
Se essa for a segurança oferecida pela Petrobras contra possíveis acidentes operacionais em suas instalações, já teremos vários desastres ambientais encomendados no litoral amazônico.
Folha, g1, UOL, CNN, O Globo e R7, entre outros, repercutiram a explosão da plataforma da Petrobras na Bacia de Campos.



