Atlas da violência: indígenas seguem altamente vulneráveis a letalidade 

Número de assassinatos de indígenas cresceu 6% entre 2022 e 2023, indo na contramão da queda vivenciada pelos demais brasileiros.
13 de maio de 2025
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Mídia Ninja

Ao longo dos últimos 11 anos (2013–2023), mesmo apresentando uma tendência à diminuição, a violência letal contra a população indígena foi superior à da população nacional, de acordo com o Atlas da Violência 2025 divulgado nesta 2a feira (12/5). Embora as taxas entre indígenas e a população geral tenham apresentado tendência de convergência histórica, houve um agravamento entre 2019 e 2021, quando a violência contra os Povos Originários aumentou drasticamente – vale lembrar,  sob a política de Jair  “Cada vez mais, o índio é um ser humano igual a nós’” Bolsonaro.

O crescimento coincidiu, também, com o colapso das políticas de proteção territorial e saúde indígena durante a pandemia de COVID-19. Já no biênio 2022-2023, enquanto a taxa nacional de violência continuou em queda, o índice entre indígenas subiu 6%, aprofundando a disparidade.  Em números absolutos, o aumento foi de 10,7%, no qual foram notificados 205 indígenas assassinados em 2022, e 227, em 2023.

O Atlas destaca que muitos dos assassinatos ocorrem em regiões marcadas por conflitos fundiários, onde há disputa entre Comunidades Tradicionais e interesses econômicos. A falta de demarcação facilita a ação de criminosos, que muitas vezes agem com o apoio de poderes locais. Enquanto o governo federal paralisou processos de homologação de Terras Indígenas, os ataques se intensificaram, especialmente na Amazônia e no Centro-Oeste, regiões com alto índice de invasões.

Os especialistas avaliam ainda que a baixa eficácia de políticas públicas de segurança e proteção, sobretudo aos defensores de direitos coletivos dos Povos Indígenas, também são fatores para que essas populações sigam como alvo.

Além dos homicídios, os indígenas enfrentam outras formas de violência, como ameaças, intimidações e ataques a suas lideranças – mulheres e crianças são particularmente afetadas. Um levantamento inédito da Gênero e Número publicado pela Carta Capital também nesta 2a feira (12/5), com base em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, mostra que os registros de violência contra mulheres indígenas – física, psicológica e sexual – aumentaram 258% entre 2014 e 2023, percentual que supera a média nacional de 207% observada entre brasileiras de todas as raças no mesmo período.

Folha, UOL, EBC, Deutsche Welle, entre outros, repercutiram os dados do Atlas da Violência 2025.

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