Promessas de “carbono zero” das big techs estão fora da realidade

Compromissos de Apple, Google, Microsoft, Meta e Amazon de alcançar net zero carecem de credibilidade pelo alto consumo energético da IA.
8 de julho de 2025
carbono zero big techs
Grendelkhan

As big techs anunciaram que alcançariam a neutralidade de carbono num prazo que varia entre 5 e 15 anos. No entanto, os planos foram anunciados antes da ascensão da inteligência artificial (IA). Resultado: os compromissos carecem de credibilidade devido ao alto consumo energético desse recurso tecnológico, mostra um estudo realizado por especialistas em compromissos climáticos corporativos do NewClimate Institute e do Carbon Market Watch. Segundo a pesquisa, Google, Apple, Meta e Microsoft se comprometeram a alcançar o net-zero em 2030, e a Amazon, em 2040, mas esses objetivos estão baseados em metodologias de cálculo agora obsoletas e “não parecem estar ancorados na realidade”, explicou Thomas Day, do NewClimate Institute. Microsoft, Meta e Amazon são classificadas pela pesquisa como “medíocres” quanto à integridade de sua estratégia climática. Já Apple e Google são consideradas “moderadas”.

A principal fonte de gases de efeito estufa das big techs é a geração de eletricidade para os centros de dados, que fornecem a capacidade de cálculo para chatbots como o ChatGPT da OpenAI. E suas emissões explodiram, em vez de diminuir: as emissões de CO2 relacionadas à energia elétrica consumida pelo Google quase dobraram entre 2019 e 2023, segundo um método de cálculo considerado mais preciso e baseado em seus próprios relatórios ambientais anuais.

Outro relatório, do grupo de advocacia sem fins lucrativos Kairos Fellowship, descobriu que, entre 2019 e 2024, as emissões de carbono do Google aumentaram 65%. Além disso, entre 2010, o primeiro ano em que há dados publicamente disponíveis sobre as emissões da big tech, e 2024, as emissões totais de GEE do Google aumentaram 1.515%. O maior salto anual também foi o mais recente, quando o Google viu um aumento de 26% nas emissões apenas entre 2023 e 2024, de acordo com o documento. O Guardian deu mais detalhes.

“Há muitos investimentos em energias renováveis, mas, em geral, isso não compensa a fome de eletricidade do setor”, estima Day, do NewClimate Institute.

AFP repercutiu os principais pontos do estudo, que também foi destacado por UOL, Carta Capital, Estado de Minas e IstoÉ.

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