
Duas operações conjuntas de forças federais agiram nos últimos dias para o desbaratamento do garimpo ilegal nas Terras Indígenas Yanomami (RR) e Kayapó (PA). As ações tinham como objetivo a destruição da infraestrutura e de equipamentos utilizados pelos garimpeiros nesses territórios, além da retirada de invasores.
Na Terra Yanomami, o Comando Operacional Conjunto Catrimani II realizou a Operação Sucuri, com foco na desarticulação logística do garimpo. A ação contou com a participação dos Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil e de explosivistas do Exército, resultando na inutilização completa da pista de pouso “Cascalho Novo”, nas proximidades da região de Kayanaú, considerada estratégica para os garimpeiros.
Segundo o Ministério da Defesa, foi utilizado um volume de carga explosiva cinco vezes superior ao aplicado em operações anteriores, para dificultar qualquer tentativa de reparo. Além da pista, os militares também destruíram estruturas próximas que apoiavam a ação garimpeira no território. A Folha de Boa Vista e o AC24horas deram mais informações.
Já na Terra Kayapó, uma operação coordenada pela Casa Civil da Presidência da República, com apoio do IBAMA e a participação de agentes da FUNAI, da Polícia Federal e do Ministério da Defesa, entre outros, segue em ação para a desintrusão de garimpeiros. Segundo o IBAMA, os agentes alcançaram os últimos pontos de garimpo ainda ativos dentro do território, realizando a inutilização de maquinário e estruturas de apoio utilizadas na mineração ilegal. Ao todo, a operação resultou na inutilização de 177 acampamentos clandestinos, 358 motores de garimpo, 25 escavadeiras hidráulicas, 8 dragas e 21,3 mil litros de óleo diesel.
Em tempo 1: Mais de dois anos depois da grave crise humanitária que acometeu as comunidades indígenas, o governo federal tem conseguido conter o garimpo ilegal na Terra Yanomami. Apesar do desmantelamento da estrutura do crime, persiste uma ameaça mais complexa: a malária. Como o UOL Tab assinalou, dados referentes ao 1º semestre de 2024 indicam um aumento no número de diagnósticos da doença entre os Yanomami. O governo justifica que essa alta está relacionada ao maior trabalho de busca ativa da doença, com a presença de mais agentes de saúde. Ao mesmo tempo, a demora na divulgação dos dados completos de 2024 incomoda especialistas, que reclamam da falta de transparência do Ministério da Saúde.
Em tempo 2: A Bloomberg destacou a ida de uma delegação de líderes indígenas da Amazônia ao centro financeiro de Londres, no Reino Unido, na semana passada. Lideranças dos Povos Yanomami, Krenak e Kambeba se reuniram com representantes de universidades e instituições financeiras para dar relatos em primeira mão da devastação por trás do comércio de ouro no Brasil, especialmente os impactos da extração ilegal do metal precioso nas comunidades indígenas.



