
A cruzada anticlimática e ambiental do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou mais capítulos. A Agência de Proteção Ambiental (EPA, sigla em Inglês) anunciou o fim de seu braço de pesquisa e desenvolvimento e a redução de seu quadro de pessoal. Segundo a EPA, a devastação, ops, reestruturação vai gerar uma economia de US$ 750 milhões.
O estrago do “agente laranja” vai além. Sua proposta orçamentária para 2026 irá fechar o histórico observatório de Mauna Loa, no Havaí. As leituras em Mauna Loa, iniciadas em 1958, foram usadas para criar a curva de Keeling, uma linha que registra o aumento constante de dióxido de carbono na atmosfera nos últimos 70 anos, destacaram NY Times e Folha.
Na EPA, as medidas “irão devastar a saúde pública no país”, disse um líder sindical ao Guardian. O Escritório de Pesquisa e Desenvolvimento (ORD, sigla em Inglês) da agência há muito tempo fornece a base científica para sua missão de proteger o meio ambiente e a saúde humana. Em maio, a EPA anunciou que transferiria sua expertise científica e esforços de pesquisa para escritórios de programas que se concentram em questões como o ar e a água. Na 6ª feira (18/7), disse que está criando um novo escritório de ciências aplicadas e soluções ambientais que lhe permitirá se concentrar em pesquisa e ciência “mais do que nunca”. Algo impossível no governo negacionista de Trump.
Em uma onda de saídas nas últimas semanas, todos os diretores de programas nacionais de pesquisa do ORD deixaram a EPA. Entre eles, funcionários de carreira que supervisionavam trabalhos de medição de contaminantes na atmosfera, respostas a emergências ambientais e exposição a produtos químicos e material particulado. Também saíram os vice-diretores desses programas e dezenas de cientistas seniores. As informações são do NY Times, replicadas pela Folha.
Segundo Reuters e Washington Post, o corte de pessoal na EPA deverá ser de pelo menos 23%. Em janeiro, a agência tinha 16.155 funcionários. Após demissões e funcionários recebendo incentivos financeiros para sair do órgão ou se aposentar, a força de trabalho será de 12.448 pessoas.
Quanto a Mauna Loa, infelizmente o observatório não será o único afetado pelo orçamento de Trump para os EUA para 2026, lembrou Um Só Planeta. Outros outros três observatórios importantes e quase todas as pesquisas climáticas da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA, sigla em Inglês).
Mas é Mauna Loa o alvo mais proeminente da ira climática de Trump, por sua importância simbólica. Afinal, lá começaram as medições que mostram a marcha ascendente do CO2 à medida que as atividades humanas emitem cada vez mais gás de efeito estufa, principalmente a queima de combustíveis fósseis, destacou a CNN.



