Brasil será provedor de soluções para impactos da crise climática na saúde, diz CEO da COP30

Conferência em Brasília traz insumos para definição do Plano de Ação de Saúde a ser elaborado em Belém.
31 de julho de 2025
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afael Medelima/COP30

Representantes de governos, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e Academia participaram nesta semana da Conferência Global de Clima e Saúde encerrada ontem (31/7) em Brasília. O encontro preparatório para a COP30 teve como foco a discussão de temas e a oferta de insumos para a construção do Plano de Ação de Saúde, uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) a ser lançada em novembro durante a conferência do clima em Belém.

O evento contou com a presença da ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) e da CEO da COP, Ana Toni. Para elas, a Humanidade já convive com os impactos da crise climática na saúde, como o calor extremo e as tempestades mais intensas e repentinas e, por isso, defenderam a incorporação do clima nas políticas governamentais para a saúde.

“Já estamos vivendo sob os efeitos das mudanças do clima. Já estamos num estado de emergência climática e mais de 500 mil pessoas a cada ano em todo o mundo perdem suas vidas por conta de ondas de calor”, disse Marina, citada pelo Valor.

A ministra também criticou o foco das grandes potências em gastos militares, em detrimento da ação climática: “Em lugar de estarmos fazendo guerras bélicas ou tarifárias, deveríamos estar fazendo guerra contra os grandes problemas de saúde, contra as mazelas da sociedade”.

Já Ana Toni explicou como o Brasil está conduzindo os debates para a finalização do Plano de Ação de Saúde, que traça diretrizes para adaptar e fortalecer os sistemas de saúde frente aos efeitos das mudanças climáticas: “O Plano de Saúde mostra para o mundo que temos soluções e elas precisam ser ampliadas e escaláveis, e que o Brasil é um provedor de soluções em diversas áreas”.

Enquanto isso, g1 e Valor repercutiram a mobilização dos países africanos por mais ações do governo brasileiro para a redução dos preços de hospedagem em Belém durante a COP. Representantes de três regiões (África, países-ilha e América Latina) chegaram a pedir formalmente a transferência para outra cidade.

“Ficou público que os países estão pedindo para tirar a COP de Belém”, reconheceu o embaixador André Corrêa do Lago, presidente-designado da COP30, citado por Folha e O Globo. O diplomata criticou o setor hoteleiro de Belém pelas altas tarifas que estão sendo cobradas. “Acredito que talvez os hotéis não estejam se dando conta da crise que eles estão provocando”.

O Brasil segue defendendo a manutenção da COP em Belém, mas o governo prometeu propor uma solução até o próximo dia 11.

  • Em tempo: A 100 dias da COP30, um grupo de organizações brasileiras e internacionais lançou nesta semana a plataforma colaborativa COP30 Events, criada para compilar e divulgar a agenda de eventos relacionados à Conferência. A ideia é dar visibilidade às várias iniciativas que acontecem antes, durante e depois da COP, facilitando o planejamento e ampliando o acesso à programação climática no Brasil e no exterior. CNN Brasil e O Globo deram mais detalhes.

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