
Mais uma medida negacionista foi anunciada pelo governo Trump nessa 3ª feira (29/7), desta vez mirando a regulamentação de emissões de gases do efeito estufa (GEE) provenientes de setores como usinas de gás e carvão, poços de petróleo e escapamento de veículos.
O administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em Inglês), Lee Zeldin, afirmou que pretende anular a “constatação de perigo”, base legal para a regulamentação federal sobre gases de efeito estufa, datada de 2009. A medida será “a maior ação desregulatória da história dos EUA”, afirmou Zeldin em entrevista a um podcast conservador. A informação é da Reuters e da CNN.
A “constatação de perigo” de 2009 reconheceu alguns desses gases como um perigo para a saúde pública. A partir dela, os governos de Barack Obama (2009-2017) e Joe Biden (2021-2025) estabeleceram várias restrições às emissões de poluentes de vários setores e atividades, desde usinas termelétricas e poços de petróleo até aviões e veículos movidos por motores de combustão interna. Praticamente todas essas restrições foram (ou estão sendo) derrubadas nos dois governos de Donald Trump.
A nova proposta deve revogar, entre outros ítens, os limites de emissão veicular desenhados para incentivar as montadoras a produzir mais veículos elétricos. De acordo com a Folha, se fosse um país, o setor de transportes dos EUA seria o quarto maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, e seu setor energético, o quinto – cerca de 60% da eletricidade do país ainda é gerada a partir de combustíveis fósseis.
Ambientalistas norte-americanos afirmam que a mudança representaria o fim dos esforços dos EUA contra a crise climática: anular a “constatação de perigo” contradiz evidências científicas estabelecidas e coloca o planeta em risco, afirmou à Bloomberg a cientista-chefe da National Wildlife Federation, Diane Pataki. “Atacar essas salvaguardas é manifestamente inconsistente com a responsabilidade da EPA de proteger a saúde e o bem-estar dos [norte] americanos”, disse ao Guardian o vice-presidente do Fundo de Defesa Ambiental Peter Zalzal.
A decisão do governo Trump ainda passará por fase de consulta pública de 45 dias. AFP, Grist e Valor também noticiaram a medida.



