“Só tem um caminho: implementar”, diz Marina sobre compromissos climáticos

“As decisões estratégicas para resolver foram tomadas, mas elas precisam ser implementadas”, reforça a ministra.
18 de agosto de 2025
marina cop30
Fernando Frazão / Agência Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou a disposição do Brasil em fazer da COP30 a “COP da implementação” dos compromissos firmados até agora pelos países contra as mudanças climáticas. Ecoando o presidente da COP André Corrêa do Lago e a CEO Ana Toni, a ministra afirmou que a ação é mais necessária do que nunca: ou tiramos os compromissos do papel, ou a crise climática se intensificará.

“É preciso agora implementar os compromissos que já assumimos por consenso. Assumimos no Azerbaijão que era US$1,3 trilhão [para financiamento climático], [prometemos] triplicar [energia] renovável, duplicar eficiência energética, nos afastar de combustível fóssil, de desmatamento, viabilizar os recursos de perdas e danos. Tudo isso já foi decidido”, disse Marina após participar, no Rio de Janeiro, de um evento do Climate Reality Project.

O mundo chegou ao limiar do processo que já é debatido há 33 anos nas COPs do clima e vive hoje uma crise civilizatória, ressaltou a ministra, na qual os líderes preferem guerrear entre si a declarar guerra contra a crise climática, uma ameaça à nossa sobrevivência no planeta: “São 500 mil vidas perdidas a cada ano só em função de ondas de calor”.

Marina Silva admitiu as dificuldades colocadas pelo o contexto geopolítico atual, mas afirmou que líderes e tomadores de decisão precisam continuar a ouvir os cientistas e trabalhar juntos para cumprir a meta limite de 1,5oC de aquecimento global neste século estabelecida pelo Acordo de Paris. “Agora a sociedade tem que dizer para todos nós, tomadores de decisão, governos, empresas, que não temos mais como não implementar os acordos já firmados”, afirmou, citada pelo Valor.

Para ser a COP da implementação, contudo, a conferência brasileira precisa resolver gargalos logísticos. Os preços cobrados pela hospedagem em Belém são uma “pedra no sapato” da organização da cúpula, com protestos generalizados e ameaças de não comparecimento. Para tentar resolver o problema, o governo quer mapear as delegações em dificuldade e resolver caso a caso. De acordo com o Valor, a ação será coordenada por um grupo de assessores dos ministérios do Turismo e do Meio Ambiente, além de representantes da organização do COP30.

A conversão de dois transatlânticos em hotéis flutuantes durante a conferência é parte da solução. As embarcações, com capacidade para até 6 mil leitos, ficarão atracadas na Ilha Caratateua, a cerca de 25 km do bairro do Marco, onde ocorrerá o evento. No entanto, o tempo a ser gasto pelos hóspedes até o local da conferência é bem maior do que os 30 minutos anunciados pela organização, informa o Correio Braziliense. As múltiplas etapas e gargalos conhecidos, podem facilmente triplicar esse tempo.

  • Em tempo: O saguão de embarque do Aeroporto Internacional de Belém foi alagado na noite de 6a feira (15/8), informam Metrópoles, g1 e O Globo. Nas redes circularam vídeos mostrando goteiras no teto, poças no chão e viajantes levantando os pés sobre malas para evitar contato com a água. Segundo a administradora Norte da Amazônia Airports (NOA), o incidente foi provocado por infiltrações durante uma forte chuva. O aeroporto está em obras para a COP30. Oremos.

Continue lendo

Assine Nossa Newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Justiça climática

Nesta sessão, você saberá mais sobre racismo ambiental, justiça climática e as correlações entre gênero e clima. Compreenderá também como esses temas são transversais a tudo o que é relacionado às mudanças climáticas.
2 Aulas — 1h Total
Iniciar