
O verão europeu tem chamado atenção não só pelas altas temperaturas, mas também pelo recorde de casos de doenças típicas de trópicos, como dengue, chikungunya e febre do Nilo Ocidental. De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), as mudanças climáticas estão tornando a temporada de mosquitos no continente mais longa e intensa.
Foram registrados 27 surtos de chikungunya e 335 casos da febre do Nilo Ocidental neste ano, o que representa um novo recorde para a Europa, informou a Euronews. Especialistas registram transmissão local incomumente precoce na França e vários focos na Itália.
A febre do Nilo Ocidental, em especial, aparece em uma região nova a cada ano – em 2025, foi no condado de Sălaj, na Romênia, e nas províncias de Latina e Frosinone, na Itália, onde pelo menos 10 pessoas morreram. O ECDC descreveu os casos como “uma ocorrência excepcional na latitude, destacando a expansão contínua do risco de transmissão para o norte”.
O aumento de viagens internacionais também têm contribuindo para a disseminação das doenças no continente. Mosquitos portadores de vírus podem viajar em malas, e representam um risco de introdução de doenças em novas áreas, como o Reino Unido, ressaltam especialistas ouvidos pelo The Sun.
A febre do Nilo Ocidental pode causar inflamação fatal no cérebro e na medula espinhal. Já a chikungunya pode causar febre, náusea, dor de cabeça, fadiga, erupções cutâneas, dores musculares, inchaço e dor nas articulações, que podem ser debilitantes e duradouras, explicam Euronews e Telegraph.
Os números de casos ainda devem aumentar, pois o pico de infecção costuma ocorrer entre julho e setembro. Com o contínuo aumento das temperaturas, mais pessoas estarão em risco na Europa. Há também uma preocupação de que a malária, sem casos na Europa desde a década de 1970, também possa retornar.
Um estudo publicado na revista The Lancet Planetary Health constatou que os surtos de dengue e chikungunya na Europa se tornaram mais frequentes e graves desde 2010. Agora, quase metade da população mundial corre o risco de contrair as doenças, que não estão mais “presas” aos trópicos, informam POLITICO e Health Care In Europe.



