
A Espanha bateu recorde com a onda de calor mais intensa já registrada na sua série histórica, iniciada em 1975. Entre 3 e 18 de agosto, uma anomalia térmica de 4,6oC tornou o verão de 2025 um dos mais quentes. No mesmo período, foram registrados os dez dias mais quentes desde 1950. Os dados foram divulgados no último final de semana pela Agência Estatal de Meteorologia (AEMET) do governo espanhol.
Como informa o El País, a intensidade da onda de calor é analisada usando o parâmetro “anomalia da onda”, que quantifica o quanto as temperaturas máximas registradas se desviaram dos limites da onda de calor. A Espanha registrou temperaturas acima do normal entre junho e início de julho, seguido por um julho com temperaturas mais amenas e culminando na onda de calor mais intensa já registrada, em agosto.
A temperatura média do país aumentou 1,6oC de 1961 a 2024. Nos últimos 50 anos, a Península Ibérica sofreu 77 ondas de calor, seis das quais tiveram anomalias de 4oC. Cinco delas ocorreram desde 2019, ressalta a Euronews.
Nem sempre um verão será mais quente que o anterior, explica o AEMET, mas “há tendências claras para verões mais extremos”. Uma estimativa divulgada pelo Instituto de Saúde Carlos III destacou mais de 1.100 mortes na Espanha associadas à onda de calor em agosto, pontuam Guardian, Deutsche Welle e MetSul.
Com o fim da anomalia térmica, o país registrou queda de temperatura atípica para a época, mas os meteorologistas sinalizam que calor deve voltar. Enquanto isso, focos de incêndios ainda se mantêm ativos – segundo a Al-Jazeera, os incêndios já queimaram mais de 382 mil hectares na região. A maior parte do sul da Europa está enfrentando uma das piores temporadas de fogo em duas décadas.
RFI, Folha, Globo, RTVE e Metrópoles também falaram sobre a onda de calor recorde na Espanha.
Em tempo: A exposição a ondas de calor está acelerando o envelhecimento das pessoas, segundo um novo estudo publicado na Nature. O impacto é comparável com danos que tabagismo, consumo de álcool e má alimentação podem causar. A pesquisa representa uma mudança de paradigma na compreensão da gravidade dos impactos do calor na nossa saúde. Guardian e NY Times dão detalhes.



