
Aparentemente o nó da hospedagem das delegações oficiais dos países em Belém começa a ser desatado. Subiu para 61 o número de nações com hospedagem confirmada na capital paraense, segundo os organizadores do evento, ante os 47 divulgados na semana anterior. Folha, O Globo, g1 e Metrópoles deram a notícia.
Esse número representa pouco mais de 25% dos 198 países que deveriam compor a Conferência, e um aumento de 30% sobre a lista de 22 de agosto, quando o governo anunciou a força-tarefa para tratar da crise. Além de reuniões bilaterais com as delegações que ainda não garantiram hospedagem, a Secretaria Extraordinária da COP30 da Casa Civil deve insistir junto à ONU pelo aumento do auxílio dado às nações.
O secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), Simon Stiell, havia afirmado em carta que apenas 10% das delegações já tinham hotel reservado e pediu que o governo brasileiro subsidiasse a hospedagem, inclusive de países ricos. A proposta foi rechaçada pelos organizadores, que argumentam que isso não é papel de um Estado. Por outro lado, o Brasil aderiu ao apelo das nações em desenvolvimento e insulares para que a ONU amplie o auxílio dado às delegações.
O subsídio dado pelas Nações Unidas para os países em Belém é de US$ 145 por dia. Segundo a VEJA, o valor é bem inferior àquele pago em Baku, no Azerbaijão, para a COP29, quando as nações receberam diárias de até US$ 490, e em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, na COP28, quando as diárias chegaram a US$ 590.
Com a explosão dos preços da hospedagem em Belém, igrejas católicas e evangélicas da capital paraense se uniram em uma iniciativa inédita e criaram uma plataforma de acomodações gratuitas para o evento. A Rede de Hospitalidade com Propósito, como foi chamada a iniciativa, pretende cadastrar de 1.000 a 3.000 leitos, em até 45 dias.
Atualmente, 800 acomodações já estão prontas para cadastro nas modalidades “hospedagem gratuita” e “de baixo custo”. Entre os critérios mínimos para hóspedes e anfitriões estão verificação de identidade e compromisso com o código de conduta do projeto. Folha, Pará Terra Boa e Estadão deram mais informações.
Outro problema relacionado à hospedagem na COP30 ganhou destaque na semana passada. Um dos dois navios de cruzeiro contratados pelo governo federal para minimizar a crise da hospedagem, o Costa Diadema, não poderá receber cidadãos de pelo menos 20 países sancionados pelos EUA, informou o Estadão.
As restrições se aplicam a países de várias partes do mundo: Haiti, Cuba, Venezuela, Irã, Coreia do Norte, Afeganistão, Mianmar, Iêmen, Laos, Turcomenistão, Líbia, Chade, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Somália, Sudão, Burundi, Serra Leoa e Togo. Todos eles são membros das Nações Unidas.



