Brasil bate recorde de produção de combustíveis fósseis em julho

Números brasileiros puxam a transformação da América Latina na região petrolífera que mais cresce no mundo, apesar da urgência climática.
2 de setembro de 2025
justiça define prazo para petrobras e ibama justificarem exploração de petróleo na foz do amazonas
Divulgação Petrobras / ABr

Como diria o presidente Lula, “nunca na história deste país” produziu-se tanto petróleo e gás fóssil, a despeito da urgente eliminação dos combustíveis fósseis para conter as mudanças climáticas. O Brasil superou em julho passado, pela 1ª vez na história, a marca da produção diária de 5 milhões de  barris equivalentes de petróleo (bep), com a extração de 5,61 milhões de bep por dia, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Foram produzidos 3,959 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), volume 5,4% maior que o registrado em junho e 22,5% superior ao de julho de 2024, de acordo com o relatório mensal da ANP. Já a produção de gás natural em julho foi de 190,9 milhões de metros cúbicos por dia, um crescimento de 5,1% frente a junho e de 26,1% na comparação com julho de 2024.

Não é segredo que uma ala expressiva (e poderosa) do governo federal defende a extração de petróleo no país “até a última gota”. Esse plano inclui tanto a expansão da produção no pré-sal como o início da exploração de combustíveis fósseis na Foz do Amazonas e em outras bacias da Margem Equatorial, faixa litorânea que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá.

O afã brasileiro por petróleo faz a América do Sul ser a região petrolífera que mais cresce no mundo, como destacaram BBC Brasil e Folha. O continente vem quebrando recordes históricos de produção de combustíveis fósseis neste ano. Prevê-se um salto de 30% nos volumes produzidos entre 2024 e 2030, superando em ritmo de expansão o Oriente Médio e os Estados Unidos.

Na avaliação da Agência Internacional de Energia (IEA), o “boom petrolífero” será impulsionado principalmente pelos grandes projetos do pré-sal brasileiro, pelo bloco Stabroek, na Guiana, e pela Bacia de Neuquén, na Argentina. Do outro lado da balança aparecem Colômbia, Equador e Venezuela, com perspectiva de redução na produção do combustível fóssil.

CNN Brasil, eixos, InfoMoney, Poder 360 e Click Petróleo e Gás também repercutiram a notícia.

  • Em tempo: Mais uma vez a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, jogou pela janela a “transição energética justa” que a petroleira diz liderar em sua milionária campanha publicitária. Em entrevista à Exame, a executiva repetiu que a petrolífera não fará “substituição” de fontes de energia, mas “adição energética” - leia-se, seguirá queimando o máximo possível de combustíveis fósseis. “Não existe futuro para uma empresa de petróleo sem exploração. O futuro terá menos participação de fóssil, mas ainda relevante pelas próximas duas, três décadas”, disse Magda. O clima do planeta e a Humanidade que sofram.

Continue lendo

Assine Nossa Newsletter

Fique por dentro dos muitos assuntos relacionados às mudanças climáticas

Em foco

Aprenda mais sobre

Justiça climática

Nesta sessão, você saberá mais sobre racismo ambiental, justiça climática e as correlações entre gênero e clima. Compreenderá também como esses temas são transversais a tudo o que é relacionado às mudanças climáticas.
2 Aulas — 1h Total
Iniciar