
A China já é líder mundial em fontes renováveis de energia. A liderança inclui grandes parques solares, mas também turbinas eólicas no mar, destaca a Bloomberg. Neste ano, o país instalará quase três em cada quatro novas turbinas offshore do mundo, de acordo com a BloombergNEF. Um avanço na contramão dos ataques à fonte feita por Trump e do recuo de alguns países no investimento em eólicas no mar.
O “agente laranja” disseminou (mais) uma onda de fake news contra as eólicas offshore. Mas não parou aí. A Casa Branca ordenou a paralisação das obras de um parque eólico na costa de Rhode Island pela dinamarquesa Orsted, um projeto de US$6,2 bilhões.
O ataque de Trump fez despencarem as ações da companhia controlada pelo governo da Dinamarca, informam Guardian e New York Times. A situação delicada motivou a petrolífera Equinor a injetar quase US$ 1 bilhão em capital novo na Orsted, reforçando seu investimento na empresa, segundo a Folha.
O governo dos EUA também age para interromper o desenvolvimento de outro projeto eólico offshore planejado para a costa de Maryland. E já bloqueou um projeto onshore com 231 turbinas em Idaho neste mês, segundo a Bloomberg.
O Departamento de Transportes dos EUA ainda retirou US$ 679 milhões em financiamento federal para 12 projetos de suporte ao desenvolvimento de eólicas offshore, de acordo com o NY Times. Os fundos, aprovados pelo governo Biden, incluem US$ 427 milhões concedidos para modernizar um terminal marítimo na Califórnia para montar e lançar turbinas eólicas.
O recuo no segmento eólico não se restringe aos EUA. No Japão, um grupo liderado pela Mitsubishi desistiu de três projetos na costa do país, informa a Bloomberg. Ainda segundo a Bloomberg, a desistência é um golpe na iniciante indústria eólica offshore japonesa, que progride lentamente frente a custos crescentes.
Enquanto isso, os maiores players chineses aproveitam a oportunidade para ganhar mercado mundial. Fabricantes de turbinas, como a Goldwind Science & Technology e o Ming Yang Smart Energy Group, buscam cada vez mais competir internacionalmente, enfrentando pesos-pesados do setor como Vestas, Siemens Gamesa e General Electric.
“Os fabricantes chineses conquistarão a maior parte do mercado devido às suas vantagens fundamentalmente enormes em termos de custo e também às enormes dificuldades que muitas empresas ocidentais estão enfrentando”, avalia Cosimo Ries, analista de energia da Trivium China. “Isso tornará muito, muito difícil para elas expandir a capacidade e investir da mesma forma que as empresas chinesas estão fazendo”, completou.



