Estudo aponta obstáculos para avanço dos carros elétricos no Brasil

Emplacamento de veículos eletrificados manteve-se estável em agosto em relação a julho, mas foi 70,3% maior que o registrado um ano antes.
4 de setembro de 2025
carros elétricos brasil
Motor1 Brasil

Apesar do crescimento das vendas de veículos eletrificados no Brasil nos últimos anos, obstáculos importantes seguem atrapalhando a disseminação da tecnologia na frota automotiva brasileira. Um estudo da consultoria Thymos Energia mostrou que, apesar da relevância do país como fabricante e mercado consumidor, menos de 7% dos veículos licenciados em 2024 eram elétricos. Esse percentual subiu em agosto deste ano (11,4% do mercado total no mês), mas ainda baixo frente à frota brasileira.

Segundo a Thymos, um dos principais gargalos é a infraestrutura de recarga. Com eletropostos ainda insuficientes e concentrados em poucas regiões, o consumidor fica com o pé atrás em optar por um modelo 100% elétrico.

Entre os fatores econômicos, o estudo cita o alto custo de aquisição dos veículos e de baterias, a elevada tributação, tarifas de eletricidade caras e baixa rentabilidade na revenda. E a falta de produção nacional de baterias de íons de lítio também é considerada um problema estratégico.

O estudo aponta ainda a necessidade do país testar modalidades tarifárias específicas para VEs. Também pesam o sistema tributário complexo e a ausência de políticas públicas de incentivo mais consistentes. “O Brasil possui uma dependência significativa do setor de combustíveis fósseis, e o governo demonstra resistência em promover ativamente a adoção de VEs”, explica o estudo.

Para a Thymos, a mobilidade elétrica no Brasil está em um ponto de inflexão. Para não perder espaço na corrida global pela eletrificação, o país terá de enfrentar as barreiras técnicas, econômicas e regulatórias com políticas públicas consistentes, incentivos ao consumidor, expansão da infraestrutura de recarga e estímulo à produção de baterias.

Mesmo com esses obstáculos, as vendas de veículos elétricos continuam em alta. De acordo com a Bright Consulting, em levantamento citado pelo InsideEVs, o Brasil registrou 24.540 unidades eletrificadas emplacadas em agosto. Esse número é praticamente o mesmo registrado em julho (24.486), mas representa um aumento expressivo de mais de 70% na comparação com agosto de 2024.

CNN Brasil e Exame repercutiram o estudo da Thymos Energia.

  • Em tempo 1: Os apps de mobilidade têm sido importantes na difusão dos carros elétricos no Brasil. Plataformas como Uber e 99 contam com incentivos para motoristas adotarem os modelos. No entanto, segundo o Capital Reset, esse esforço encontra resistência. O histórico relativamente curto do produto no mercado aumenta a desconfiança dos potenciais usuários sobre valor de revenda, a durabilidade da bateria, o custo de manutenção, o tempo perdido nas recargas e a liberdade para decidir trajetos, entre outras dúvidas.

  • Em tempo 2: A China conquista o mundo com seus veículos elétricos. Suas montadoras produzem muito mais do que qualquer outro país e os superam em inovação. Mas o cenário não é nada agradável, segundo o NY Times. A concorrência acirrada entre as montadoras se tornou implacável. Com prejuízos catastróficos, elas lutam para pagar fornecedores, e ainda assim continuam recorrendo a empréstimos de bancos estatais para construir mais fábricas, o que leva a um excesso de capacidade. A situação fez autoridades chinesas iniciarem uma campanha contra a “involução” causada pela concorrência excessiva. Os resultados foram mistos. No início de junho, sob ordens do governo chinês, 17 montadoras concordaram em pagar seus fornecedores em até 60 dias após receberem as peças. Mas um relatório do governo sobre conformidade, de 11 de agosto, listou que apenas três, todas parcial ou totalmente estatais, estabeleceram sistemas de pagamento rápido.

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