Camada de ozônio cresce e pode se recuperar totalmente até 2050

Camada é fundamental para bloquear raios ultravioletas que causam câncer de pele e o enfraquecimento do sistema imunológico e da produtividade agrícola.
16 de setembro de 2025
camada de ozônio
NASA Ozone Watch

No Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, celebrado nesta 3ª feira (16/9), um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada às Nações Unidas, informou que a camada de ozônio atingiu em 2024 a maior espessura em décadas. A recuperação da camada, localizada na estratosfera, é fundamental para servir de escudo contra a radiação solar.

O buraco se forma sobre a Antártica na primavera e teve dimensões menores do que as registradas nos quatro anos anteriores. Ele também surgiu depois do esperado e se fechou rapidamente, segundo um padrão visto de 2015 a 2019. “Este início tardio persistente foi identificado como uma indicação robusta da recuperação inicial do buraco na camada de ozônio da Antártica”, diz o relatório.

Segundo a OMM, a tendência não aconteceu de 2020 a 2023 por uma série de fatores, como o estado do ozônio no início do inverno antártico, processos de perda fotoquímica e o transporte de ar rico em ozônio de fora da região polar, destacam Folha e O Globo. Estas alterações não comprometem a confiança na recuperação contínua da camada, garantem os cientistas.

Pela tendência de 2025, o quadro deve seguir o mesmo. A OMM informa que a cobertura de ozônio no Ártico foi 14% mais espessa em março de 2024 do que o mesmo período de 1960 a 2023. Graças a robustez, houve uma redução em 5% na incidência de radiação ultravioleta – responsável por causar câncer de pele, problemas nos olhos, enfraquecimento do sistema imunológico. No lado ambiental, o impacto cai sobre a produtividade agrícola, com redução do crescimento das plantas, e interrupção das cadeias marítimas de alimentação.

Na década de 1980, cientistas descobriram que gases sintéticos utilizados em diversos aparelhos, como aerossóis, geladeiras, ar-condicionado, estavam causando danos à camada. Os  clorofluorcarbonetos (CFCs) flutuavam até a estratosfera e, através da radiação UV, separavam as moléculas de ozônio.

Em 1987, líderes mundiais assinaram o Protocolo de Montreal, se comprometendo a eliminar as substâncias da atmosfera. Um caso de sucesso, a redução da poluição evitou o surgimento de dois milhões de casos de câncer de pele, conta a Deutsche Welle.

Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, essa conquista nos lembra que quando as nações atendem aos avisos da ciência, o progresso é possível. O líder português também aproveitou a ocasião para defender a ratificação da Emenda de Kigali ao Protocolo de Montreal, que mira a redução dos hidrofluorcarbonetos (HFC), gases de efeito estufa potentes utilizados principalmente em tecnologias de resfriamento. “A implementação da Emenda de Kigali poderia evitar até 0,5oC de aquecimento até o final do século. Aliado ao resfriamento com eficiência energética, poderíamos dobrar esses ganhos”, disse.

A OMM estima que a camada de ozônio deve estar recuperada aos níveis de 1980 até meados de 2050 e buraco seja restaurado até 2045 no Ártico e 2066 na Antártica.

AFP, g1 e Metrópoles também falaram sobre a recuperação da Camada de Ozônio.

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