
O presidente Lula já tem sua agenda fechada para a viagem aos Estados Unidos para participar da 80ª Assembleia Geral da ONU. Além do discurso inaugural da sessão, que marca também as oito décadas de existência das Nações Unidas, o líder brasileiro também participará de uma série de eventos paralelos entre os dias 22 e 24 de setembro na cidade de Nova York – e o clima será um tema importante na agenda presidencial.
O Ministério das Relações Exteriores confirmou a participação de Lula em um evento de alto nível liderado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, no dia 23. O encontro marcará o fim do segundo prazo definido pela ONU para os países apresentarem suas novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) – originalmente, esses compromissos deveriam ter sido apresentados em fevereiro, mas o prazo foi esticado até setembro. No entanto, como bem pontuou o InfoAmazonia, apenas 37 países dos quase 200 signatários do Acordo de Paris o fizeram até agora.
Outro evento importante na agenda presidencial será a apresentação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) a governos e investidores. A ideia do Brasil é reforçar o apoio internacional à proposta e viabilizar o seu lançamento durante a COP30 em Belém. O projeto é uma das apostas do governo brasileiro para avançar no financiamento internacional para proteção florestal.
Por falar em COP30, o governo brasileiro também convocou uma consulta presencial com as Partes da Convenção da ONU sobre o Clima (UNFCCC), no dia 25. O objetivo do encontro é acelerar a definição das agendas da Conferência, destravar impasses e garantir um “início suave dos trabalhos”, como pontuou o embaixador André Corrêa do Lago, presidente-designado da COP30.
A delegação brasileira também participará da Semana do Clima de Nova York, uma série de eventos que reúne representantes de governos, empresas e sociedade civil. No entanto, essa participação poderá ser limitada, já que as autoridades dos EUA seguem dificultando a liberação dos vistos dos representantes brasileiros. Além da neurose anti-imigração, a Casa Branca está particularmente irritada com o Brasil por conta da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Donald Trump, por tentativa de golpe de estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Agência Brasil, CNN Brasil, Estadão, Folha, Megawhat e Poder360, entre outros, repercutiram essas informações.
Em tempo: Um levantamento da coalizão internacional Climate Action Against Disinformation e do Observatório de Integridade da Informação mostrou que as postagens com desinformação sobre a COP30 alcançaram mais que o dobro de usuários em agosto passado na comparação com a média dos sete meses anteriores. Entre as 100 publicações com maior alcance nas redes no mês passado (abrangendo Facebook, Instagram, ex-Twitter, YouTube, Reddit e LinkedIn), 30 envolveram conteúdo enganoso a respeito do evento. De acordo com a análise, cada post com desinformação alcançou 1,2 milhão de usuários em média, um crescimento de 149% em relação ao período de janeiro a julho (486 mil). Esses dados mostram que, na medida em que a COP30 se aproxima, os grupos políticos e econômicos contrários à ação climática estão reforçando seu discurso negacionista e sua estratégia de desinformação. A Folha deu mais detalhes.



