
A primeira Avaliação Nacional de Risco Climático da Austrália trouxe cenários alarmantes para o futuro do país com a contínua elevação das temperaturas. O país, que já vive os impactos do aumento da temperatura média em 1,5oC, pode ver o número de comunidades costeiras localizadas em “áreas de alto e muito alto risco” aumentar para 1,5 milhão até 2050.
“Os australianos já estão convivendo com as consequências das mudanças climáticas hoje”, afirmou o ministro das Mudanças Climáticas, Chris Bowen. “Mas está claro que cada grau de aquecimento que evitarmos agora ajudará as gerações futuras a evitar os piores impactos nos próximos anos”.
Segundo o relatório de 72 páginas, em um aquecimento global acima de 3oC, as mortes relacionadas ao calor podem quintuplicar em Sydney e quase triplicar em Melbourne, informam BBC e News.com.au. Além disso, a qualidade da água deve piorar por conta do aumento de inundações e incêndios florestais severos, gerando uma queda de US$ 406 bilhões (R$ 2 trilhões) no valor de imóveis.
O aumento das temperaturas significa pressão na saúde pública, infraestrutura, indústrias primárias, espécies e ecossistemas. Recifes de corais como a Grande Barreira de Corais em Queensland e o Recife de Ningaloo na Austrália Ocidental – já duramente atingidos pelas mudanças climáticas – enfrentarão maiores riscos de branqueamentos.
Em resposta ao relatório, o primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que a avaliação subsidiará a meta de emissões do governo para 2035, de acordo com o Guardian. A Austrália também se comprometeu com US$ 6 bilhões (quase R$ 32 bilhões) para adaptação climática até 2030, informou o governo na 2ª feira (15/9). O dinheiro será destinado à mitigação de enchentes, conservação de áreas florestais, apoio ao setor agrícola na transição para carbono neutro e gestão de impactos à saúde, entre outros, detalha a Bloomberg.
A Austrália prometeu reduzir suas emissões em 43% até 2030, porém é criticada por continuar dependendo de combustíveis fósseis. “Uma coisa que fica muito clara nesta avaliação climática é que todo o nosso país tem muito em jogo. O custo da inação sempre superará o custo da ação”, ressaltou Bowen.



