
Um estudo divulgado na revista científica London School of Economics and Political Science avaliou como empresas estão se comprometendo com o combate às mudanças climáticas e o resultado foi descrito como “medíocres” e “pouco confiáveis”.
A publicação fez um balanço dos planos corporativos de transição de 2 mil empresas de capital aberto, que juntas representam três quartos das ações listadas em bolsas de valores do mundo todo e US$ 87 trilhões em capitalização de mercado. Segundo os autores, apenas 2% divulgam planos para transferir capital de ativos de alta emissão de carbono ou alinham seus gastos a metas de descarbonização a longo prazo.
Apesar de 95% delas possuírem um compromisso de agir em relação ao clima, apenas 10% receberam a pontuação mais alta em relação à qualidade de gestão – o que significa que a empresa já está integrando seus compromissos em seus negócios. 22% delas falharam em um ou mais dos testes: estabelecer uma política climática, divulgar as emissões operacionais ou definir uma meta de emissões.
Como a Bloomberg destaca, as corporações detém um papel importante na descarbonização da economia, mas seus planos não são confiáveis por diversos motivos. Elas não estão, por exemplo, investindo capital suficiente na descarbonização e algumas dependem demais de tecnologias não comprovadas. Além disso, cerca de um terço não divulga as emissões do Escopo 3.
O relatório ressalta que reações políticas contra as mudanças climáticas, como as vistas pelo governo Trump, enfraquecem o ímpeto das empresas de mitigar a causa. No entanto, a mudança climática já afeta a economia do mundo todo. Pesquisadores estimam queda de 17% na produção econômica global até meados do século e 60% até 2100 devido a seus impactos.
Essa foi a 6ª edição do levantamento e desde 2020 houve leve progresso: na 1ª edição, apenas 9% das empresas estavam alinhadas com a meta de 1,5°C do Acordo de Paris – agora são 30%. O setor de petróleo e gás foi o que apresentou o progresso mais lento entre 2020 e 2023.
Business Green, Down to Earth, IOM3 também divulgaram o relatório.



