
A preparação de Belém para receber a COP30 ganhou um obstáculo nesta semana com a paralisação dos trabalhadores da construção civil no Pará. Segundo o sindicato da categoria, a mobilização também envolve profissionais que atuam nas obras de infraestrutura para a Conferência do Clima, como a preparação do Parque da Cidade para receber o evento.
“Cerca de 5 mil operários aderiram à paralisação, que afeta obras do setor hoteleiro, da Vila COP [onde ficarão os chefes de Estado] e do Parque da Cidade”, afirmou o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Belém (STICMB). De acordo com a entidade, a greve afetou cerca de 80% dos canteiros de obras da Grande Belém.
Entre as principais demandas da categoria, estão o aumento real de salário, melhorias nas condições de trabalho, ampliação da presença de mulheres nos canteiros e pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A categoria também reivindica o valor de R$ 270 para a cesta básica. O Brasil de Fato deu mais detalhes.
Como o g1 destacou, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon) propôs reajuste salarial de 5,5%, acima da inflação de 5,13% acumulada nos últimos 12 meses, e o reajuste de apenas R$ 10 no valor da cesta básica (de R$ 110 para R$ 120).
De acordo com o governo do Pará, a paralisação não afetou o andamento das principais obras para a COP30. No entanto, o governador Helder Barbalho (MDB) afirmou à GloboNews que está buscando um caminho de entendimento entre as empresas e os trabalhadores da construção civil do estado.
“Estamos com toda a carteira de obras 90% concluída, com previsão de entrega antes do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, no dia 12 de outubro, ou seja, com mais de um mês de antecedência em relação à COP”, assegurou Barbalho.
Correio Braziliense, Folha e Metrópoles também abordaram os impactos da greve dos operários da construção civil em Belém nas obras da COP30.
Em tempo: Seguem os enroscos jurídicos em contratos firmados pelo governo do Pará para obras relacionadas à COP30. A Folha abordou o caso da empresa Forte Serviços, que foi contratada pelas autoridades paraenses para demolição e reconstrução de uma parte de um batalhão da Marinha em Belém, com o valor de R$ 17,9 milhões. A Polícia Federal suspeita que a empresa seja de fachada, usada para contratos fraudulentos, saques em espécie e pagamentos de propina. Ela foi alvo da Operação Expertise, no começo de setembro, que resultou na prisão preventiva, quebra de sigilo e buscas em endereços de empresários e servidores suspeitos de lavagem de dinheiro. O governo paraense negou irregularidades e disse cooperar com as investigações.



